Enquanto o governo brasileiro envia suprimentos e pessoal especializado para ajudar as vítimas do terremoto no Haiti, pessoas comuns também estão procurando instituições de auxílio e centros de Defesa Civil no Brasil para tentarem servir como voluntários no país caribenho.
Não há dados nacionais consolidados sobre essa procura, mas alguns centros de Defesa Civil estão registrando um aumento nas buscas de pessoas interessadas em servir como voluntários.
A Defesa Civil do Estado do Paraná, por exemplo, iniciou uma campanha de cadastramento de pessoas interessadas em irem para o Haiti para ajudar as vítimas do tremor.
Até a tarde desta sexta-feira, cerca de 1,5 mil pessoas já tinha se cadastrado para servir no país, de acordo com o major Osni Bortolini, chefe de Divisão da Defesa Civil do Paraná.
Segundo ele, o cadastro não implica necessariamente que os voluntários sejam enviados para o Haiti.
Estas pessoas só seriam convocadas se houvesse uma solicitação de voluntários por parte da Secretaria Nacional de Defesa Civil, que é ligada ao Ministério da Integração Nacional.
"Ai faríamos um filtro deste cadastro para selecionar as pessoas com os pré-requisitos necessários", disse o major.
Oficiais da Defesa Civil do Estado de São Paulo também registraram procura de pessoas interessadas em ir para o Haiti, mas, como não há uma campanha neste sentido, não foram registrados números.
Estas pessoas estão sendo orientadas a se inscreverem como voluntários nos programas de ajuda à cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, que foi devastada pelas chuvas.
Já o chefe nacional de Socorro e Desastres da Cruz Vermelha Brasileira, Fernando Guilherme Costa, afirma que também houve procura nas seções estaduais da organização, e que estas pessoas estão sendo cadastradas para o caso de haver uma solicitação da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha.
Ele afirma, no entanto, que é improvável que pessoas que não tenham especialização em socorro do tipo ou treinamentomédico sejam convocados para participar.
O Centro de Informações das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) também afirma ter recebido e-mails de pessoas interessadas em se voluntariar.
De acordo com Giancarlo Summa, diretor do centro, no entanto, a ONU não convoca voluntários desta forma e que o envio de pessoas sem conhecimentos específicos para situações como a do Haiti não é recomendável.
Ele orienta as pessoas interessadas em ajudar a procurarem instituições que estejam arrecadando doações em dinheiro para as vítimas.