Meirelles diz que BC pode tomar medidas 'impopulares'
Pouco mais de duas semanas antes da reunião do Copom que decidirá pela manutenção ou não da taxa básica de juros, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que medidas "" podem fazer parte da atuação da instituição.
"Atuar de forma consistente significa também não evitar decisões tecnicamente justificadas que, no curto prazo, possam parecer antipáticas ou impopulares, mas que visam, sim, ao bem comum", disse Meirelles durante a posse do novo diretor para assuntos internacionais do BC, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo.
As declarações foram feitas em um momento em que analistas e agentes do mercado esperam que o Copom aumente a taxa básica de juros - que atualmente encontra-se em 8,75% - devido à pressão inflacionária, o que já foi sinalizado na da última reunião.
O aumento na taxa de juros é criticado por alguns setores, inclusive dentro do próprio governo, que temem que uma taxa maior comprometa o crescimento econômico.
Um eventual aumento Selic, no entanto, pode ser utilizado como uma forma de controlar a inflação, que no último mês de janeiro teve seu maior crescimento desde maio de 2008.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central está marcada para os dias 16 e 17 de março.
Durante seu pronunciamento nesta sexta-feira, Meirelles também afirmou que as eleições deste ano não devem influenciar as decisões do BC.
"Enganam-se aqueles que esperam por mudanças na conduta política do BC em função do calendário cívico", disse.