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O Barcelona não tem banco

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Ricardo Acampora | 14:51, quinta-feira, 20 janeiro 2011

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A derrota do Barcelona para o Real Betis, por 3 a 1, na partida de volta da Copa del Rey, disputada na noite de quarta-feira, expôs o (único?) ponto fraco do time catalão.

Que o banco de reservas do Barcelona não está a altura dos titulares não é novidade, afinal todos os 11 titulares são jogadores de seleção. Mas o jogo contra o Betis deixou claro que se depender dos suplentes, o favoritismo do Barça para a conquista do tri no campeonato espanhol, pode desaparecer.

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Tendo vencido a partida de ida por 5 a 0, o técnico Josep Guardiola resolveu poupar várias estrelas e colocou em campo para enfrentar o Betis uma equipe com 8 reservas (se considerarmos que o francês Abidal é o titular da lateral-esquerda).

Do time titular apenas o zagueiro Piqué, o capitão Xavi e o artilheiro Messi começaram a partida de ontem.

O time não conseguiu apresentar o conhecido entrosamento e o resultado foi a maior derrota sofrida por Guardiola no comando do Barcelona.

Como de costume, Messi deixou o seu, mas o argentino, reeleito pela Fifa como o melhor do mundo, desperdiçou um pênalti que poderia ter dado cores mais dignas ao placar.

O técnico do Betis, Pepe Mel, não teve dificuldade para tirar proveito da confusão do adversário e seu time não permitiu a troca de passes no meio-campo, marca registrada da equipe dirigida por Guardiola.

Para complicar as coisas, o zagueiro argentino Gabriel Milito que substituiu Carle Puyol, se atrapalhou nos três gols do Betis.

Os erros de Milito foram bem aproveitados por Jorge Molina. Ele marcou logo aos dois minutos e voltou a marcar aos 7. No finzinho do primeiro tempo o volante Arzu completou de puxeta para o gol uma cabeçada torta de Milito para o meio da área.

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Na frente, Bojan e Afelay não davam a Messi as opções de jogadas que normalmente são criadas por Pedro e David Villa e a defesa do Betis não teve muita dificuldade para manter o ataque do Barça sob controle.

Mais acostumados ao time de cima, os laterais Adriano e Maxwell e o meio-campo Keita não comprometeram, mas estiveram longe de repetir a eficiência de Daniel Alves, Abidal e Iniesta.

Apesar da vitória histórica, o Betis acabou eliminado da Copa pelo saldo de gols, mas o time provou que o Barcelona não é invencível, e o mais importante, mostrou que Guardiola não poderá abrir mão de seus onze titulares se quiser repetir o sucesso anterior quando conquistou seis títulos em uma só temporada.

Futebol S.A.

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Ricardo Acampora | 15:49, quarta-feira, 12 janeiro 2011

Comentários (8)

Ao contrário do que supõe a badalação feita pela imprensa, ao meu ver o fim da novela Ronaldinho Gaúcho acabou expondo algumas curiosidades que revelam o atual estado do futebol brasileiro.

Seguindo a tendência iniciada pelo Corinthians com a contratação de Ronaldo, o Flamengo embarcou na onda do futebol-negócio e derrotou Palmeiras, Grêmio e o próprio Corinthians. Para a presidente do Flamengo, Patricia Amorim, a contratação do gaúcho "representa o futuro, o lançamento internacional do clube".

Retorno financeiro deve trazer, projeção da marca Flamengo também, mas tenho dúvidas quanto ao prometido sucesso no futebol.

Neste tipo de empreendimento, os clubes, com as finanças enfraquecidas por administrações incompetentes, recorrem a uma engenharia financeira sofisticada para viabilizar a contratação a peso de ouro de um jogador de potencial futebolístico duvidoso, mas com grandes credenciais de craque estabelecidas num passado distante.

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Entra no jogo uma estrutura empresarial que garante suporte financeiro suficiente para o pagamento das multas de rescisão contratual e de salários milionários de dar inveja ao resto do time (muitos atletas destes clubes amargam atraso no recebimento de salário).

Diga-se de passagem que o esquema precisa de clubes de imensa torcida, com presença nacional, carente de ídolos, mas que por si só garanta um mercado consumidor de respeito.

Os empresários esperam (ou têm certeza, até porque empresário não enfia a mão em cumbuca vazia) tirar um alto retorno do capital investido, vendendo camisas com o nome do (ex-) craque estampado, ou vendendo qualquer produto endossado pelos (ex-)craques.

Para aumentar a popularidade dos ídolos junto às enormes torcidas, os marqueteiros contam com a participação da imprensa que na ânsia de sair com notícias em primeira mão acabam criando uma euforia de mercado propícia à exploração comercial em larga escala da associação das marcas Clube + Jogador, como se o jogador ainda tivesse capacidade de resolver.

O que não se divulga é que esses atletas estão na linha decadente da curva de desempenho, vivem mais da fama do que de atuações recentes. São bons garotos- propaganda, mas os grandes times do futebol brasileiro deveriam oferecer às fiéis torcidas craques autênticos, no auge de sua produtividade.

Desculpem o ceticismo. A festa da torcida é válida. Futebol tem esse lado festivo, movido em boa parte pela idolatria. Mas como diz o velho ditado, futebol é bola na rede. O que conta no final são os resultados. E aí nem sempre esse investimento dá o retorno esperado.

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Escaldados pelo que viram com Ronaldo no Corinthians que nas poucas vezes em que entrou em campo em 2010 apresentou um volume abdominal que se por um lado aumentava o espaço reservado à publicidade por outro comprometia a mobilidade, a habilidade, o drible e a velocidade do (ex-) Fenômeno, alguns torcedores do Flamengo já começam a se perguntar se Ronaldinho Gaúcho vai mesmo fazer a diferença que promete.

Inegavelmente, ele fez coisas maravilhosas com a bola nos pés. Para mim, foi quem mais se assemelhou a Mané Garrincha, pelo futebol inspirado, inusitado, improvisado, de deboche, riso e técnica refinada. Um gênio da bola.

Mas já faz um bom tempo que só tem produzido lampejos do que foi, em jogadas que nem sempre se traduzem em algo realmente positivo. Aqui na Europa só o inexpressivo Blackburn Rovers da liga inglesa mostrou interesse em ter o (ex-) craque.

Pode ser que se empenhe como promete e faça a diferença. Mas, perto de completar 31 anos e disputando agora campeonatos em que a média de idade é bem baixa, o sucesso nos gramados não é assim tão garantido como a venda de camisas. Vamos esperar para ver.

Por enquanto vale a festa.

Mas, eu preferia ver meu time aplicando um dinheirão desses no desenvolvimento das equipes de base e que os administradores fossem capazes de segurar as pratas da casa sem ter que transformar os jovens craques em moeda para pagamento de salários que mais se assemelham a aposentadorias fabulosas.

Fico lembrando do juvenil do Flamengo do final da década de 60 que revelou Rodrigues Neto, Zequinha, Luis Carlos, Dionísio e Arílson, todos que vestiriam mais tarde a camisa da seleção brasileira em época de intensa competição com grandes craques.

Anos mais tarde, o chamado Ninho do Urubu produziu a geração de Zico, Geraldo, Júnior, Leandro, Adílio, Tita, Júlio César (Uri Geller) e Rondinelli. Em seguida vieram Zé Carlos, Aldair, Mozer, Leonardo, Jorginho, Zinho e Bebeto.

Nos anos 90 o Flamengo ainda gerou Marcelinho (depois chamado de Carioca) e logo depois o Imperador Adriano, mas sem investimento, a fonte vem secando e já faz tempo que não há um craque de peso que tenha sido produzido pelo Flamengo.

Será que é esse o futuro prometido pela presidente do clube que diz ter a maior torcida do mundo?

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