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Americanos dão veredicto sobre governo Obama

Alessandra Correa | 17:47, terça-feira, 26 outubro 2010

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As eleições legislativas do dia 2 de novembro são encaradas nos Estados Unidos como um veredicto sobre os dois primeiros anos do governo de Barack Obama.

E caso as pesquisas de intenção de voto e as análises de cientistas políticos estejam corretas, os eleitores americanos vão manifestar sua desilusão com o presidente tirando dos democratas a maioria na Câmara dos Representantes.

Os últimos cálculos de analistas indicam que os republicanos podem ganhar até 50 cadeiras na Câmara. Com isso, ficariam com uma maioria de 230 deputados, deixando os democratas com 205 vagas.

No Senado o cenário permanece indefinido, já que em muitos Estados candidatos dos dois partidos estão empatados nas pesquisas, mas especialistas não descartam a possibilidade de os republicanos também conquistarem maioria.

Seja qual for o resultado das eleições, porém, analistas dão como certo que a nova formação do Congresso será bem menos favorável a Obama.

Como o presidente já passou boa parte da primeira metade de seu mandato lutando contra a oposição, a previsão é de que os próximos dois anos em Washington sejam de mais impasse.

Nas últimas semanas, Obama deu entrevistas a alguns jornais americanos nas quais fez um balanço de sua gestão até agora e disse que nos próximos dois anos pretende passar mais tempo tentando "construir consenso".

Disse também que os democratas terão de demonstrar "senso de humildade" sobre o que podem conquistar sem a cooperação republicana.

Em seus primeiros dois anos na Casa Branca, Obama aprovou projetos ambiciosos e, segundo alguns analistas, históricos, como as reformas da saúde e do sistema financeiro.

No entanto, essas medidas acabaram causando danos à popularidade do presidente, que tem atualmente índice de aprovação de 47% (era de 65% quando ele tomou posse) e sofre críticas tanto da esquerda quanto da direita.

Muitos eleitores estão decepcionados com Obama e, segundo analistas, esse sentimento é resultado da impaciência característica do povo americano, que sente que as promessas de mudança feitas em 2008 não estão vindo rápido o suficiente.

Mas o grande problema é a economia. Obama herdou a maior crise desde a Grande Depressão e, apesar de os Estados Unidos não estarem mais em recessão, o crescimento continua lento e a taxa de desemprego não sai de perto dos 10%.

Quando a economia vai mal, a popularidade do presidente costuma seguir a mesma direção.

Depois do veredicto de novembro, a preocupação da Casa Branca deverá ser evitar que Obama passe ao temido time dos presidentes americanos de apenas um mandato.

Obama busca inspiração no exemplo do democrata Bill Clinton, que perdeu a maioria no Cogresso nas eleições legislativas de 1994 mas se reelegeu dois anos depois.

A campanha pela reeleição de Obama deve começar por volta de março, e o que parece ser a grande ameaça neste ano, o Tea Party, poderá se tornar o trunfo dos democratas em 2012.

O Tea Party é um movimento que reúne diversos grupos conservadores contrários à presença do Estados em vários setores da sociedade e às políticas do governo Obama de maneira geral.

Candidatos apoiados pelo Tea Party conseguiram desbancar republicanos tradicionais nas eleições deste ano e se preparam para vencer em vários Estados.

Mas como alguns desses candidatos têm posições consideradas de "extrema direita" por analistas e eleitores, eles acabaram dando novo fôlego a candidatos democratas, já que vários republicanos tradicionais não concordam com suas plataformas e consideram dar seu voto ao partido adversário.

É exatamente essa a esperança da equipe de Obama. Muitos na Casa Branca acreditam que, ao empurrar o Partido Republicano para a extrema direita, o Tea Party poderá ajudar o presidente a ser reeleito em 2012.

A Casa Branca vai ficar mais verde

Alessandra Correa | 00:38, quarta-feira, 6 outubro 2010

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Mais de 20 anos depois, a Casa Branca vai voltar a ter um conjunto de painéis solares em seu telhado.

Ao fazer o anúncio, nesta terça-feira, o secretário de Energia, Steven Chu, disse que a residência oficial do presidente americano deve ser símbolo não apenas "da liberdade e da democracia", mas também do comprometimento do país com um futuro de energia limpa.

O primeiro a instalar painéis solares no telhado da Casa Branca foi Jimmy Carter. Era 1979, crise do petróleo, e o então presidente queria promover fontes alternativas de energia.

Em 1986, Ronald Reagan retirou os painéis durante um conserto do telhado.

George W. Bush chegou a usar painéis solares para aquecer a água da piscina e gerar energia em um prédio de manutenção, mas não na área residencial da Casa Branca.

Agora, depois da insistência de ativistas ambientais, o presidente Barack Obama concordou em usar a tecnologia.

Os novos painéis serão instalados na primavera de 2011 (outono no Brasil).

A energia será usada para aquecer a água consumida pela primeira família e também fornecer parte da eletricidade da residência.

Muitos ativistas ambientais aplaudiram a medida, que consideram "um símbolo poderoso".

Mas apesar do poder simbólico, o tão aguardado futuro de energia limpa para os Estados Unidos ainda depende em muito da legislação sobre cortes de emissões de carbono que, mesmo com o apoio de Obama, fracassou no Congresso.

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