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O ataque no Arizona e o debate político nos EUA

Alessandra Correa | 2011-01-09, 15:48

Ainda não se sabe o motivo que levou ao ataque no qual a deputada federal americana Gabrielle Giffords foi atingida com um tiro na cabeça na cidade de Tucson, no Arizona.

Mas qualquer que tenha sido a motivação do autor dos disparos - que deixaram 12 feridos e seis mortos, entre eles um juiz federal e uma menina de nove anos - o incidente chama a atenção para o nível de violência que se instalou no debate político americano.

Enquanto as investigações ainda estão no começo, a imprensa americana discute se a retórica de conservadores e liberais, cada vez mais marcada por ameaças e instigação à violência, não teria passado dos limites.

Democrata considerada centrista, Giffords fazia parte de uma relação de 20 congressistas que eram "alvo" do movimento conservador Tea Party nas eleições de novembro.

A lista, criada pela ex-candidata republicana à vice-presidência Sarah Palin, vinha ilustrada com a imagem de uma mira telescópica, daquelas usadas em espingardas.

Obviamente o recado pretendido era o de que esses políticos estavam "na mira" dos conservadores e seriam retirados do poder na eleição, mas agora os americanos discutem se mensagens desse tipo não podem ter inspirado o autor dos disparos.

O suspeito preso pela polícia, Jared Loughner, foi descrito como "perturbado" por ex-colegas e já havia postado na Internet diversos vídeos com mensagens antigoverno.

As redes sociais, como o Facebook e o Twitter, estão repletas de trocas de acusações entre convervadores e liberais sobre o que teria motivado o ataque.

O incidente ocorre no momento em que o novo Congresso inicia seus trabalhos, com os republicanos no comando da Câmara dos Representantes e uma agenda repleta de temas polêmicos, como a tentativa de derrubar a reforma da saúde aprovada no ano passado pelo governo de Barack Obama.

Não se sabe se esse debate vai levar a uma mudança na retórica dos políticos ou logo vai ser deixado de lado, mas mesmo que as divisões continuem bem marcadas, no momento democratas e republicanos vieram a público em uma rara demonstração de união para condenar o ataque.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 10:00 PM em 09 jan 2011, Guilherme Teodoro escreveu:

    Que Deus esteja com Gabrielle Giffords. Ato imperdoável, triste e de ampla seriedade. Muitos dizem que os brasileiros não protestam contra o abuso político que usurpam as divisas públicas mas na verdade nossos corações são incapazes de tal ato, extremo, preferimos que a inteligência o discernimento e a nossa fé dê ao mundo a lição de saber que as soluções sempre vem com o dialogo e com a humildade.

  • 2. à²õ 01:41 AM em 10 jan 2011, Miquelangelo escreveu:

    A diferença dos EUA para o Brasil,é que aqui,a violência é declarada. Lá,é mascarada!

  • 3. à²õ 08:26 PM em 10 jan 2011, Salomão F. Alves escreveu:

    Muito triste e lamentável o que ocorre nos EUA. O país que propagava ser o maior exemplo de democracia parece trilhar, a passos largos, o caminho rumo ao fascismo. A luta travada pelo bando do chamado tea party, parece estar ultrapassando os limites das provocações e ataques verbais, para sugerir a violência explícita aos seus opositores/inimigos. Pelo menos é o que sugere a figura de alvos na mira da espingarda da ex-candidata à vice-presidencia dos EUA, Sarah Palin.
    Sobre a escalada rumo ao fascismo nos EUA, segue importante análise de Sara Robinson:

  • 4. à²õ 04:46 PM em 11 jan 2011, luiz c poland escreveu:

    não se espantem se cad dia mais e mais atos como esse se sucedam .Obviamente os grupos de ataque da extrema direita vão tentar sabotar yudo que puderem da administração obama .So espero que o serviço secreto da casa branca tenha o poder de defender condignamente o presidente .

  • 5. à²õ 12:59 PM em 12 jan 2011, Daniel_ escreveu:

    Algo de podre no reino do American Way of life...

  • 6. à²õ 01:38 PM em 14 jan 2011, Roberto Küll Júnior escreveu:

    Meio cheio ou meio vazio no copo IDEOLÓGICO.


    Faltam atitudes. Desculpa não traz a vida de ninguém de volta. O Blá-blá-bá político são sempre os mesmos, após qualquer atentado.


    O que está acontecendo nos EUA são a internalização de uma cultura de violência orquestrado pelas indústrias de entretenimento.


    Nas indústrias cinematográficas são várias ideologias passadas nos filmes, dois exemplos apenas:

    o uso de cacaína ligado a masculinidade (fato extremamente mentiroso);

    a exacerbação da violência em Jogos Mortais (quem já assistiu sabe o grau de crueldade);


    Nas indústrias de games, os jovens americanos passam desde cedo, a ter aulas em casa de violência. Os jogos de guerra e os Jogos de assassinos passam a idéia de que bom, é aquele que sobrevive, que mata todos. O sobrevivente.


    Isso tudo passa a ser um alimento psicológico que o povo americano vai consumindo, exportando e pior, reproduzindo na vida real.


    Reproduz ao ponto de virar lei, como foi recentemente a aprovação de 5 votos a quatro no Senado Americano. Uma lei que beneficia a indústria de armamentos.

    Então, o que esperar?

    Para mim, o autor dos disparos passa a ser vítima da cultura fabricada pelos próprios EUA. A pena de morte é só mais uma demonstração de violência e de culpabilizar o outro, pela responsabilidade que deveria ser do próprio País, por permitir que ideologias de violência venham a ser alimentos psicológicos para uma Nação e exportado para outros países. Por permitir também, que pessoas imaturas sejam induzidas a práticas criminosas por interesses de outrem.


    Por fim, quem deveria estar no banco dos réus são os que fabricam essas ideologias.

  • 7. à²õ 04:30 PM em 21 jan 2011, Celso Paoliello Pimenta escreveu:

    A violência sempre foi a arma da extrema-direita que não sabe conviver com a diversidade do sistema democrático. A história está repleta de exemplos.

    Recentemente, aqui mesmo no Brasil nas recentes eleições presidenciais, a extrema-direita, que apoiava o candidato do PSDB, introduziu o ódio na política brasileira; ainda bem que foram derrotados.

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