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Novos documentos esquentam debate sobre Guantánamo

Alessandra Correa | 00:29, quarta-feira, 27 abril 2011

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Tanto defensores quanto opositores do fechamento da prisão militar americana na Baía de Guantánamo, em Cuba, dizem ter encontrado novos argumentos para justificar suas opiniões a partir da divulgação, nesta semana, de um pacote de mais de 700 documentos secretos sobre o centro de detenção.

Apesar de a discussão sobre Guantánamo ser antiga e de os abusos cometidos na prisão já terem sido amplamente divulgados, os documentos obtidos pelo site Wikileaks e publicados pela imprensa trazem novos detalhes sobre os detentos e os métodos usados pelo governo americano para decidir sobre sua culpa ou inocência.

A Casa Branca se apressou em condenar a divulgação e em esclarecer que as conclusões sobre os detentos contidas nesses papéis - que cobrem o período de fevereiro de 2002 a janeiro de 2009, durante o mandato de George W. Bush - não necessariamente refletem a avaliação do atual governo.

Mas assim que os documentos começaram a ser publicados, o debate sobre o fechamento da prisão - prometido por Barack Obama ainda durante a campanha mas até agora sem perspectivas de ser concretizado - voltou com força na imprensa americana.

Aqueles que pedem o fechamento de Guantánamo ressaltam o fato de os documentos revelarem que dezenas de inocentes ficaram anos presos, muitas vezes submetidos a tortura e abusos, sem que nada fosse provado contra eles.

Quem é contra, porém, chama a atenção para o fato de os documentos mostrarem que muitos prisioneiros libertados por parecerem "inofensivos" acabaram envolvidos mais tarde em atividades consideradas terroristas e atos contra os Estados Unidos.

Enquanto o debate ganha fôlego, o governo americano ainda mantém 172 homens presos em Guantánamo e em breve vai retomar os julgamentos militares na prisão.

Donald Trump e a certidão de nascimento de Obama

Alessandra Correa | 06:16, terça-feira, 19 abril 2011

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Muita gente acha que a candidatura de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos é uma brincadeira (para alguns, de mau gosto) ou um golpe publicitário, mas as pesquisas mostram que ela vem ganhando força. Na semana passada, a rede de TV CNN divulgou o resultado de uma pesquisa em que perguntou a republicanos quem apoiariam para disputar a eleição pelo partido. Trump aparece na frente, empatado com Mike Huckabee, ex-governador do Arkansas, com 19% da preferência - quase o dobro do que obteve na consulta anterior, feita um mês antes.

Magnata do setor imobiliário e estrela popular da TV americana, onde comanda um reality show, Trump entrou no debate eleitoral causando polêmica. Ele diz ter "grandes dúvidas" de que o presidente Barack Obama tenha realmente nascido nos Estados Unidos. Suas declarações bastaram para trazer de volta um assunto já explorado na última campanha presidencial.

A Constituição americana exige que os presidentes sejam cidadãos nascidos no país. Obama já tornou pública sua , do Estado do Havaí, mas não conseguiu convencer os chamados "birthers", corrente segundo a qual o presidente americano na verdade nasceu no Quênia, como seu pai, ou na Indonésia, onde passou parte da infância.

Uma lei aprovada na semana passada no Arizona esquentou ainda mais o debate, ao exigir que, para ter seus nomes na cédula eleitoral no Estado, os candidatos a presidente apresentem suas certidões de nascimento (incluindo o nome do hospital e o médico responsável). A lei acabou vetada pela governadora do Arizona, Jan Brewer, mas mostra como o assunto ainda pode ganhar destaque na corrida eleitoral que se inicia.

A nova carreira de Lula

Alessandra Correa | 00:06, quarta-feira, 6 abril 2011

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta semana a Washington, o primeiro destino de um roteiro agitado nos próximos dias, que inclui México, Grã-Bretanha e Espanha e faz parte de sua nova profissão: a de palestrante.

Nesta quarta-feira, Lula será a atração principal do Fórum de Líderes do Setor Público da América Latina e Caribe, promovido pela Microsoft na capital americana. A uma plateia de 120 pessoas, vai falar sobre o caminho do Brasil no aprimoramento da educação.

A assessoria do ex-presidente não diz quanto ele vai receber pela participação no evento. Houve quem falasse em US$ 500 mil. Em sua primeira palestra remunerada, feita no mês passado no interior de São Paulo, a convite da LG, estima-se que Lula tenha recebido até R$ 200 mil.

A carreira de palestrante é administrada pela empresa LILS (suas iniciais) Palestras, Eventos e Publicações, criada no mês passado ao lado do amigo Paulo Okamotto (que detém 2% de participação). Segundo seus assessores, além do objetivo financeiro, com a nova carreira Lula pretende também usar sua popularidade no Exterior para "promover o Brasil".

Lula chegou a Washington na noite de segunda-feira, em um avião cedido pelo empresário Josué Alencar, filho do ex-vice-presidente José Alencar e presidente da Coteminas. Hospedado na residência do embaixador Mauro Vieira, aproveita a passagem pela capital americana para fazer contatos e também um pouco de turismo.

Na manhã desta terça-feira, recebeu o presidente do BID (Banco Inter-americano de Desenvolvimento), Luis Alberto Moreno, em um encontro que, segundo seu assessor, busca "estreitar laços". Para a tarde, depois de repassar o texto da palestra, o plano era ver as cerejeiras às margens do rio Potomac, cartão-postal da cidade neste início de primavera. À noite, um jantar promovido pela Microsoft.

A próxima parada do ex-presidente é Acapulco, onde na sexta-feira vai falar sobre a crise econômica e a experiência do Brasil em uma conferência da Associação de Bancos do México. Na semana que vem, segue para Londres, onde sua agenda inclui um encontro com o historiador Eric Hobsbawm e uma palestra para investidores europeus a convite da Telefônica. Depois, ruma à Espanha, para receber o Prêmio Liberdade Cortes de Cádiz, na cidade de mesmo nome. A agenda no país ainda não está totalmente fechada, mas Lula espera poder incluir uma partida do Barcelona ou do Real Madrid.

Desemprego, Líbia e reeleição

Alessandra Correa | 20:04, sexta-feira, 1 abril 2011

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Os dados sobre a queda no desemprego divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos estão sendo comemorados por estrategistas políticos, de olho na reeleição do presidente Barack Obama em 2012.

Em meio a crescentes críticas internas por conta da ação militar americana na Líbia e a uma queda-de-braço com o Congresso em torno do orçamento, a notícia da criação de 216 mil novas vagas em março e da queda da taxa de desemprego pelo quarto mês consecutivo traz um alento para Obama.

Para os eleitores, dizem especialistas, o que realmente importa é a economia. Uma pesquisa do instituto americano Pew Research Center é um exemplo desse raciocínio.

Apesar de todas as críticas que Obama vem sofrendo pela falta de objetivos definidos e de um prazo para o fim das operações militares na Líbia, a pesquisa mostra que, enquanto 41% da cobertura da imprensa dos Estados Unidos foi dedicada à crise líbia na semana passada, apenas 15% dos americanos disseram ter acompanhado o assunto com mais atenção do que outras notícias.

Estrategistas afirmam ainda que, mesmo com a taxa de 8,8% ainda acima do desejado pelo governo e pela população, para os eleitores o importante é a trajetória de queda do desemprego, e não o número em si.

Mas o próprio governo reconhece que, apesar de os dados parecerem indicar uma retomada de ritmo na economia, ainda há um longo caminho para trazer de volta ao mercado os 13,5 milhões de americanos que continuam desempregados.

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