Mudanças na diplomacia para a América Latina
Desde o inÃcio de maio, quando Arturo Valenzuela anunciou que vai deixar o posto de diplomata número um do Departamento de Estado para a América Latina, voltou a ser assunto constante em Washington a necessidade de uma mudança na polÃtica dos Estados Unidos para a região.
Valenzuela justificou a decisão ao dizer que sua licença de dois anos como professor da Universidade de Georgetown chegou ao fim.
"Preciso voltar para os meus estudantes", disse o secretário.
Mas a avaliação na capital americana é de que ele deixa o cargo de Subsecretário para o Hemisfério Ocidental com um saldo de fracassos e ofuscado por embaixadores mais próximos à secretária de Estado, Hillary Clinton, como Thomas Shannon, que ocupa o posto em BrasÃlia, e o ex-embaixador americano no México, Carlos Pascual.
Ainda não há confirmação sobre quem substituirá Valenzuela. Entre as apostas estão a embaixadora na Tailândia, Kristie Kenney, que já ocupou o posto no Equador e também passou por cargos diplomáticos nas embaixadas na Argentina e na Jamaica.
O marido de Kenney, William Brownsfield, também é bem cotado, já tendo ocupado o cargo de embaixador na Colômbia, na Venezuela e no Chile. Outro nome citado é o da vice-subsecretária de Estado Roberta Jacobson.
Seja quem for o escolhido, analistas afirmam que o governo de Barack Obama deve aproveitar a mudança para tentar recuperar o terreno perdido na América Latina.
Apesar de um inÃcio de governo promissor, Obama acabou frustrando as expectativas de uma relação mais próxima com a região. A recente visita ao Brasil, Chile e El Salvador foi vista como uma chance de recomeço.
Há outros sinais. Na semana passada, o The New York Times noticiou um jantar oferecido por Hillary a seis ex-presidentes latino-americanos, descrito pelo jornal como uma tentativa de melhorar as relações com a região.
Às vésperas de uma campanha acirrada para a reeleição, para a qual Obama precisa delinear suas prioridades na polÃtica externa, a mudança no principal posto para a América Latina é vista como uma oportunidade de dar novo rumo à s relações com uma região há muito deixada em segundo plano.