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Acordo em Washington aumenta pressão por fim de subsídios

Alessandra Correa | 2011-07-08, 0:44

Menos de um mês depois de o Senado americano ter aprovado uma emenda para acabar com a tarifa de importação e os subsídios ao etanol, um novo acordo anunciado em Washington dá mais um sinal de que pode estar ocorrendo uma mudança de postura no Congresso sobre um assunto sempre considerado tabu.

Um grupo bipartidário de três senadores (dois democratas e um republicano) fechou um acordo que prevê que os Estados Unidos parem de cobrar a tarifa de 54 centavos de dólar por galão (ou 14 centavos por litro) para o produto importado e de pagar o subsídio de 45 centavos por galão ao etanol misturado à gasolina já no fim de julho - ou seja, cinco meses antes do prazo oficial previsto para o fim dos benefícios, que expiram em 31 de dezembro, mas costumam ser renovados regularmente.

Assim como a emenda aprovada em junho, se transformada em lei essa proposta beneficiaria o produto brasileiro, que apesar de também receber o subsídio, acaba tendo essa vantagem eliminada pela cobrança da tarifa de importação.

O trio de congressistas espera agora incluir a proposta no pacote de redução do déficit e elevação do teto da dívida que vem sendo negociado entre democratas e republicanos. Segundo os autores, a medida poderia reduzir o deficit em US$ 1,33 bilhão.

A senadora Dianne Feinstein, democrata da Califórnia, disse que o acordo representa a "melhor chance" de acabar com os subsídios ao etanol e, assim, conseguir reduzir o déficit - já que a emenda aprovada no Senado em junho, da qual é uma das autoras, estava incluída em um projeto sobre revitalização do desenvolvimento econômico que não foi adiante.

A inclusão da nova proposta nas negociações sobre a dívida poderia apressar sua votação, já que o governo americano afirma que, caso o teto não seja elevado até 2 de agosto, terá de deixar de pagar as suas contas. As negociações enfrentam um impasse, e o presidente Barack Obama já avisou que os congressistas vão passar o fim de semana trabalhando no assunto para tentar chegar a uma solução o mais rápido possível.

A Unica (entidade brasileira de lobby que representa o setor de açúcar e etanol) comemorou o acordo como "um passo fundamental" para que o etanol brasileiro possa concorrer em condições de igualdade no mercado americano. Mas a própria entidade fez a ressalva de que a medida ainda tem de ser votada no Senado, passar pela Câmara dos Representantes e, caso aprovada, ser sancionada pelo presidente.

No entanto, apesar do longo caminho até virar lei, o acordo é mais um sinal de que, em meio a dívida no limite de US$ 14,3 trilhões e com um déficit recorde de US$ 1,4 trilhão, cresce cada vez mais nos Estados Unidos a pressão para eliminar benefícios que custam caro aos contribuintes, como os subsídios agrícolas.

Como me disse uma fonte que acompanha de perto as negociações, talvez seja uma avaliação um tanto simplista afirmar que essa pressão por maior austeridade fiscal nos Estados Unidos vá beneficiar o Brasil (especialmente no que diz respeito a produtos agrícolas como o etanol ou o algodão).

Mas o fato é que se vê em Washington, pela primeira vez em décadas, a predisposição para discutir o fim de benefícios que os brasileiros afirmam distorcer o mercado - o que até pouco tempo atrás era impensável.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 05:36 AM em 08 jul 2011, MONIQUE MATOS escreveu:

    Tá EUA, só AGORA que voces querem fazer acordo pra por fim aos subsidios ao etanol brasileiro pra tentar conseguir a redução de seu déficit!! Ta pegando a crise, hein? Muito OPORTUNISTA não?!? Desde que eu me entendia como universitaria que esse assunto existe!! Brasil tem que se impor agora nas negociações diante a vulnerabilidade deles!!

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