Carruagem REDD ou abóbora?
Em dezembro, na conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de Poznan, na Polônia, (COP14), quase todo mundo comemorou a inclusão do chamado REDD (redução de emissões por desmatamento e degradação) no texto final.
Um dos vários defeitos do histórico Protocolo de Kyoto foi não considerar desmatamento fonte de emissões de gases do efeito estufa. Hoje, sabe-se que a atividade responde por quase 20% do total planetário.
Menos de seis meses depois dessa primeira guinada, passado o primeiro encontro preparatório para a COP15, em Bonn, parece que a carruagem do REDD está pegando embalo. Evidentemente, o tema continua polêmico, mas houve avanços.
Se até dezembro, os defensores de REDD pareciam se dividir em dois grupos: pró e contra mecanismos de mercado, as posições parecem ter se atenuado. Com isso, ganhou força uma mescla de dinheiro público e mecanismos de mercado.
Recentemente, bloguei aqui sobre a experiência em REDD capitaneada por VirgÃlio Viana, ex-secretário de Meio Ambiente do Amazonas, que investe justamente nesta frente dupla.
Também parece estar mais forte a ideia de uma abordagem gradativa, com investimentos iniciais em capacitação e infra-estrutura, seguidos por uma fase de projetos-pilotos experimentais, antes da implementação de ações em grande escala.
Na próxima rodada, em junho, os representantes dos 175 paÃses da convenção sobre mudanças climáticas têm o difÃcil trabalho de apressar o passo.
É esperar para ver se vão conseguir, porque se perderem tempo, a carruagem REDD vira abóbora.
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Proprietários podem lucrar com a proteção de suas florestas tendo rendimentos com PROJETOS DE CRÉDITO DE CARBONO - REDD – DESMATAMENTO EVITADO
O sistema de Emissões Reduzidas do Desmatamento e da Degradação (Redd, na sigla em inglês). O desmatamento responde por cerca de 20% das emissões humanas de gases do efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono e o metano, derivados da derrubada e queima de florestas.
As florestas tropicais são essenciais também como mananciais hÃdricos, e funcionam como "pulmões" do planeta ao promover a troca de dióxido de carbono por oxigênio no ar. Além disso, esses espaços contêm riquÃssimos ecossistemas, dos quais muitas comunidades indÃgenas dependem. Pagar pela preservação ajudaria a combater o aquecimento global e a proteger a biodiversidade do planeta.
Objetivos: O objetivo do Redd é pagar para manter as florestas de pé. O pagamento, por meio da venda de créditos de carbono, refletiria o valor do carbono armazenado nas florestas, ou os custos ambientais advindos da extração de madeira e da ocupação agropecuária.
Como funciona? Essencialmente trata-se em usar os créditos como "moeda" com a qual os paÃses em desenvolvimento teriam estÃmulo para conter o desmatamento, enquanto os paÃses ricos, ao investir nesses mecanismos, ajudariam a cumprir suas quotas obrigatórias de redução de emissões.
Seqüestro de carbono: Os créditos emitidos pela área são a diferença entre o estoque de carbono menos o desmatamento evitado. Para os casos em que existam áreas a serem recuperadas e reflorestadas é feito o projeto a partir do conceito de REDD Plus (conservação, manejo sustentável e enriquecimento de estoques).