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COP meio cheia ou meio vazia?

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Eric Camara | 2009-12-12, 16:07

Depois de uma semana da Conferência das Partes (COP, na sigla em inglês) da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC, também em inglês),
já existe um documento base, mas faltam nele elementos fundamentais.

Tentei resumir aqui os que são considerados mais difíceis para que a COP de Copenhague produza um acordo.

1. Números definitivos para as metas de redução de gases em países ricos e em desenvolvimento. Para os primeiros, poderá entrar qualquer coisa entre 25% e 45% até 2020 (sob níveis de 1990); e para o segundo grupo, de 15% a 30% até 2020 abaixo das projeções que se faz para aquele ano.

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Além disso, os EUA exigem que as metas para as grandes economias emergentes (principalmente a China) sejam obrigatórias.

2. Limite da elevação da temperatura global. O documento fala em 1,5ºC a 2ºC. Para países insulares, 2ºC, o número acertado e defendido pelos países do G8, é considerado 'suicídio', já que pode levar ao desaparecimento de diversas ilhas.

3. Um parágrafo inteiro sobre financiamento de longo prazo para ações de combate à mudanças climáticas e redução de gases do efeito estufa em países em desenvolvimento. Este é um dos pontos mais importantes para viabilizar um acordo.

As estimativas são de que seriam necessários entre US$ 100 bilhões e US$ 200 bilhões para ações de adaptação e combate à mudanças climáticas nos países pobres. É preciso que os países ricos ainda ofereçam o dinheiro e que fique claro de onde estes recursos sairiam.

4. O fundo emergencial para assistência aos países mais pobres do planeta - entre eles figuram alguns dos mais afetados pelas mudanças no clima. Fala-se em US$ 10 bilhões por ano até 2013 para este mecanismo, mas o valor é considerado baixo demais por representantes dos LDC (os países menos desenvolvidos).

5. Protocolo de Kyoto. Muito se fala que de Copenhague sairá um substituto do tratado assinado no Japão em 1997: No entanto, ele pode entrar em uma segunda fase, prolongando a duração e ampliando o seu escopo. Os Estados Unidos são contra, mesmo porque nunca ratificaram Kyoto, ou seja, estão fora. Os países em desenvolvimento, liderados pela China, insistem em estender o protocolo.

Como se isso tudo não fosse assunto suficiente para ser discutido durante uma semana, falta clareza sobre um aspecto vital: o documento a ser assinado terá ou não valor legal?

Ou seja: dependendo do ponto de vista, pode-se dizer que o copo está meio cheio ou meio vazio...

dzԳáDzDeixe seu comentário

  • 1. à 11:09 AM em 14 dez 2009, Françoise de Souza Silveira escreveu:

    A COP 15 não passará de mais um "Tratado de Kyoto". Depois de anos de seu surgimento, somente entrou em vigor após assinatura da Rússia e posteriormente dos EUA. Não basta somente impor metas aos países em desenvolvimento ou desenvolvidos. Falta respeito, senso crítico e acima de tudo, moral. Infelizmente, os presentes nesta conferência não tem poder nem moral para falar quem deve ou não fazer isso ou aquilo. Deveria ser assim: Um órgão maior, impor metas e os países cumprirem. Ninguém está satisfeito o suficiente com os acontecimentos. Quando beneficia uns, maltrata e maleficia outros. Será que chegaremos a um consenso? Será que estas metas serão atingidas até 2020? Será que o prazo estipulado de 10 não´pode ser considerado um período muito longo para quem já sofre com os acontecimentos globais?

  • 2. à 12:17 PM em 16 dez 2009, Daniel Becker escreveu:

    Me preocupa realmente o rumo com que as negociações estão tomando em Copenhagen. Infelizmente, a diplomacia está vencendo a capacidade de ação e decisão. Nossos lideres se comportam como se não vivessem e dependessem da natureza deste mundo. E, o pior, é saber que toda esta hipocresia vai refletir nas terríveis consequencias que as mudanças climáticas trarão, principalmente, para os países pobres. É claro que deve-se decidir um novo acordo viável, mas também, deve-se pensar que as mudanças climáticas não esperam por nossas decisões para acontecer. Precisamos de uma Ação Já!

  • 3. à 12:10 PM em 17 dez 2009, Rubens Miranda escreveu:

    Infelizmente, podemos uma certeza desse enclave: a de que não chegamos a lugar nenhum. Até o presente momento, nenhuma dos países quer abrir mão de sua responsabilidade na poluição e na emissão de gases do efeito estufa, especialmente os países desenvolvidos. A frustração e a conversa fiada são a tônica desse encontro. Pior mesmo será para os insulares do Pacífico e do Índico que sentem-se abandonados ante a indiferença e à discussões que levam a lugar nenhum, enquanto o mar e a temperatura sobem. EUA e China não abrem mão de seu desenvolvimento poluidor, e os demais assistem ao ping-pong e a conversas vazias. Até mesmo a presidente do evento foi destituída. Pobres observadores, pobres terráqueos, pobre geração futura. Será que Lula roncará grosso, com sua voz rouca? Quem sabe o papel que saíra desse encontro sirva ao menos como guardanapo!

  • 4. à 01:25 PM em 17 dez 2009, Marcus Daniel escreveu:

    Bom, infelizmente, por mais que queiramos ter esperança de que tudo vai mudar é tudo mera ilusão. Os países desenvolvidos nunca vão abrir mao de seu poderio financeiro em prol do bem comun. Nunca durante a historia foi assim, por que sera agora? A unica saida é a especie humana se adaptar à mudanças climaticas ou entao morrer mesmo. E triste mas e a realidade, infelizmente.

  • 5. à 01:24 PM em 28 mar 2010, Leonardo Lubao escreveu:

    Todas as medidas estipuladas pelo protocolo de Kyoto são absurdas. O problema foi identificado, as causas tbm, então, deve-se agir energicamente na erradicação das causas do problema [mas o que existe é a criação de um mercado =( ... ], tendo em vista o bem estar dos humanos neste planeta. Estamos, como foi citado acima, num jogo vazio de ações, todos falam, escrevem, mas os reais interesses dos países ricos prevalecem.

    Acredito que, deve ser organizado um plano de conscientização. Para a partir daí sim (quando existir sensibilização) os governos irão naturalmente propagar seus conceitos a favor do planeta, e em consequência, das pessoas.

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