Rescaldo de Copenhague
Na lista de anti-climax da última reunião das Nações Unidas sobre mudança climática, em Copenhague, certamente fica lá no alto a proibição da participação de organizações não-governamentais nos últimos dias.
A decisão da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC, na sigla em inglês) foi duramente criticada pelas ONGs e levou a manifestações pelas ruas da capital.
A polícia atuou com mão pesada, e milhares de manifestantes acabaram no xadrez dinamarquês. Nesta sexta-feira, uma rede de ONGs entrou com um protesto oficial na UNFCCC contra o tratamento dispensado pela polícia aos manifestantes.
Os ativistas reclamam especialmente do grupo de centenas de pessoas que, ao ser expulso do centro de convenções em que o encontro acontecia no dia 16 de dezembro, acabou entrando em confronto com a polícia.
"Exigimos uma investigação independente sobre as táticas da polícia. A UNFCCC deve revelar que cooperação houve entre a UNFCCC e a polícia e deveria condenar publicamente a ação policial", afirmou Joseph Zacune, da organização Amigos da Terra Internacional.
Nos últimos dias da conferência, lembro-me nitidamente do secretário-executivo da convenção, Yvo de Boer, comparando o acesso que a sociedade civil tem às reuniões sobre o clima com (a falta de) acesso em outros encontros de cúpula, como o G8.
Me pergunto se isso vai continuar assim a partir deste ano ou se Copenhague foi só o início da mudança.