Planeta & Clima: Aonde vai parar o óleo da BP?
Ainda é impossÃvel ter números precisos sobre a tragédia ambiental no Golfo do México, mas a cada dia, as suas proporções ficam mais claras: o governo americano adotou uma postura mais incisiva e exigiu mais "transparência" e rapidez nas informações sobre o vazamento de petróleo.
Enquanto o poço continua a vazar 5 mil barris de petróleo por dia (ou dez vezes mais, segundo cada vez mais especialistas), imagens de animais mortos e/ou cobertos de óleo são publicadas diariamente, aumentando a pressão sobre autoridades e a BP, responsável pela plataforma que explodiu em 20 de abril.
Nesta semana, autoridades americanas confirmaram ter encontrado pelo menos seis golfinhos mortos. Quase 40 tartarugas também deram mortas no litoral sul dos Estados Unidos.
A causa das mortes ainda não foi estabelecida e pode não ter sido o petróleo, mas o próprio Departamento de Pesca dos Estados Unidos lançou um sobre os efeitos que o derramamento pode ter sobre mamÃferos aquáticos.
Abaixo, reproduzo alguns dos efeitos do contato com o petróleo ou com os produtos quÃmicos usados como dispersantes na mancha citados no documento:
- Irritação da pele, queimaduras e infecções Inalação de compostos voláteis do petróleo ou de dispersantes pode irritar ou danificar o aparelho respiratório, levando a inflamações ou pneumonia
- A ingestão de compostos do petróleo pode levar a danos no aparelho gastro-intestinal, o que pode afetar a capacidade de absorver ou digerir alimentos
- A absorção de compostos do petróleo ou dispersantes pode danificar o fÃgado, os rins e as funções cerebrais, além de provocar anemia e supressão do sistema imunológico
- Entre os efeitos crônicos de longo prazo podem estar expectativa de vida mais baixa e menor taxa de reprodução
Os riscos dos dispersantes levaram a agência ambiental americana, a EPA, a exigir que a BP mude os produtos quÃmicos que vinham sendo usados.
Mas, como o vÃdeo mostra, o petróleo continua vazando rapidamente a cerca de 1,6 mil quilômetros de profundidade, e a mancha de quase 20 quilômetros de largura já pode ter entrado na corrente circular do Golfo do México, o que levaria óleo ao litoral de Cuba, da Flórida e até a Costa Leste dos Estados Unidos.
Mesmo com toda a transparência do mundo, ninguém é capaz de prever as consequências deste acidente sobre o meio ambiente.