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Creluz: uma ideia que fluiu de um córrego alemão a rios gaúchos

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Eric Camara | 10:40, segunda-feira, 5 julho 2010

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Há dez anos, Elemar Battisti decidiu fazer um "roteiro de turbinas" na Europa. De volta ao Brasil, o presidente de uma cooperativa no norte do Rio Grande do Sul - Creluz, Cooperativa de Energia e Desenvolvimento Rural do Médio Uruguai - trouxe na bagagem várias ideias de microgeração de energia hidrelétrica.

Até hoje, Battisti parece impressionado ao falar de uma casa que visitou na Alemanha, que há 102 anos vinha produzindo toda a energia que consumia - inclusive a da serraria que funcionava lá - a partir de um córrego "do tamanho de uma mesa" que passava debaixo da casa.

A Creluz já existia desde 1966, mas esse "roteiro de turbinas" de Battisti marcou o pulo-do-gato para transformar a distribuidora em fornecedora de energia para 36 municípios gaúchos.

A iniciativa da Creluz foi premiada na semana passada aqui em Londres com um dos prestigiados Prêmio Ashden internacionais. Eu aproveitei a passagem de Battisti por aqui para entrevistá-lo sobre essa história de sucesso. Confira o vídeo.

Não consigo deixar de imaginar o que o alemão que inspirou o projeto, hoje com seis turbinas hidrelétricas instaladas e funcionando no Rio Grande do Sul, diria sobre este enorme "filhote" da sua turbina hidrelétrica de porão.

Placar da saúde marca: bicicleta 9 x 0 Carro

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Eric Camara | 15:19, quinta-feira, 1 julho 2010

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Essa deve surpreender muita gente: uma pesquisa revelou que é mais saudável se deslocar nas cidades de bicicleta do que de carro - mesmo levando em conta o risco de acidentes fatais. O estudo holandês indica que as vantagens de pedalar podem ser nove vezes maiores que os riscos de acidentes de trânsito e e exposição à poluição.

Ciclistas vivem em média de 3 a 14 meses a mais por causa da atividade física, perdendo potencialmente de 0,8 dia a 40 dias de vida por causa da poluição e 5 a 9 dias por causa de acidentes fatais. A vantagem se estenderia para toda a comunidade, que ganharia com a redução na poluição equivalente a 500 mil viagens de carro por dia.

ciclista226.jpgMesmo em países como a Grã-Bretanha, que tem um número mais alto de mortes de ciclistas no trânsito, as vantagens ainda seriam sete vezes maiores que os riscos, segundo os pesquisadores holandeses.

Para chegar às conclusões, eles dissecaram estudos internacionais sobre os riscos da exposição a poluentes de automóveis, acidentes de trânsito e benefícios proporcionados por exercícios físicos (pedaladas de 7,5 km a 15 km por dia).

Se por um lado, estima-se que ciclistas absorvam duas vezes mais poluição ao respirar do que motoristas e sejam mais vulneráveis a acidentes de trânsito, por outro, a prática de exercícios moderados pode aumentar a expectativa de vida em até 50%.

No artigo publicado na revista científica Environmental Health Perspectives (EHP), os estudiosos destacam que nos países em desenvolvimento podem ser outros quinhentos, já que a poluição atmosférica e os riscos de acidentes tendem a ser maiores.

Na minha experiência de quase duas décadas pedalando nas ruas do Rio de Janeiro e de Londres, sou obrigado a reforçar o alerta: o risco de trocar o metrô, õnibus ou o carro por uma bicicleta no Rio, São Paulo ou outra capital brasileira pode ser grande demais.

Principalmente, quando o ciclista é obrigado a dividir a rua com carros, caminhões e ônibus - guiados por motoristas extremamente agressivos - e em boa parte do tempo dentro de uma nuvem de poluição.

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