Mudança do clima nas salas de aula. Ou não?
A polêmica sobre mudança climática chegou à s salas de aula britânicas. No inÃcio da semana, o jornal britânico The Guardian publicou uma , chefe da equipe do governo da Grã-Bretanha que estuda reformas do currÃculo das escolas do paÃs. Desde 1995, a mudança do clima é um tema obrigatório nas aulas de Ciências.
Os temas "compreensão cultural da ciência" e "aplicações e implicações da ciência" também entraram no currÃculo nacional de crianças britânicas de 11 a 14 anos em 2007. Agora, Oates pretende simplificar o currÃculo para "voltar à ciência na ciência" e defende a retirada dessa obrigatoriedade nacional. Ele diz querer que o ensino destes (e outros) temas cientÃficos fique a critério de cada escola.
De acordo com a entrevista ao Guardian, os britânicos passaram um tempo acreditando que deveriam atualizar o currÃculo com assuntos "tópicos" mas "oxidação e gravidade não ficam datados". A implicação óbvia é que mudança climática seria um assunto datado, o que detonou intensa discussão entre os leitores da versão online do jornal. Muitos dizem que isso dá força aos chamados "céticos do clima", que acreditam que o consenso cientÃfico sobre as mudanças climáticas seja uma grande armação.
Mas voltemos os olhos ao Brasil. Embora, por questões legislativas (constitucionais), não tenhamos um currÃculo nacional mÃnimo nos moldes da Grã-Bretanha, é possÃvel encontrar alguma orientação nos Parâmetros Curriculares Nacionais, publicados pelo Ministério da Educação em 1997/98. Da versão para alunos de 11 a 14 anos, reproduzo um trecho abaixo:
"Cabe ressaltar que a poluição é uma questão global, pois atinge a dinâmica do planeta em seu equilÃbrio. Por exemplo: os poluentes lançados no ar pela queima de combustÃveis fósseis atingem a atmosfera e, por ação das chuvas, retornam à superfÃcie terrestre, contaminando solos e águas."
Chuva ácida? Certamente não dá para falar em mudança climática. Em outras palavras, enquanto os britânicos decidem se as escolas devem ou não retirar o assunto "datado" de seu currÃculo obrigatório, no Brasil, o tema nem chega a ser recomendado.
Melhor assim?