Jornalismo multimídia
Dias atrás, a ̳ anunciou mudanças radicais na sua estrutura aqui na Grã-Bretanha. As medidas, que não atingem diretamente a ̳ Brasil (somos do setor internacioinal da empresa), visam uma ̳ mais enxuta, com cerca de 1.800 funcionários a menos (a ̳ tem cerca de 23 mil). Os sindicatos já estão conversando com o comando da ̳ para tentar chegar a um acordo sobre o impacto no corpo de funcionários, mas, para o jornalismo em geral, o projeto anunciado tem implicações que vão muito além das disputas trabalhistas.
Com as mudanças, a ̳ pretende abraçar de vez o conceito de produção multimídia, especialmente em seu jornalismo. Como já fizeram outros veículos, como o , aqui na Grã-Bretanha, a ̳ colocará jornalistas de várias mídias (no nosso caso, TV, rádio e internet) em uma redação totalmente integrada. Criará também um núcleo de jornalismo internacional, uma estrutura que deverá aproximar o canal , exibido no Brasil, e o Serviço Mundial, ao qual pertence a ̳ Brasil, do jornalismo britânico da ̳. Diferentes mídias compartilharão o mesmo espaço, colaborando muito mais uma com a outra, colocando em prática o que parece ser mesmo o modelo jornalístico do futuro.
Aqui na ̳ Brasil nós já trabalhamos de forma semelhante, já que nossas redações, tanto em Londres como em São Paulo, além dos correspondentes no Cairo e em Washington, trabalham em internet, vídeo e rádio. A melhor forma, hoje, de medirmos a nossa audiência é por meio dos números de acesso à nossas páginas, portanto a produção em internet, propriamente dita, é a espinha dorsal do nosso trabalho diário. Mas o princípio que abraçamos anos atrás, e que toda a ̳ agora assume de vez como sua política para o futuro, é que não importa como o público consome o conteúdo que produzimos. O importante é atingi-lo, e cabe à empresas jornalísticas chegar aos seus consumidores da maneira que traga os melhores resultados para ambos os lados.
Nesta sexta-feira, o britânico , que em papel é apenas o terceiro em circulação no país, abaixo das 400 mil cópias diárias, trouxe, orgulhoso, na sua capa os últimos números de tráfego nos sites de jornais do país. O Guardian lidera com 16,7 milhões de leitores mensais, contra 12,5 milhões do and 10,6 milhões do Telegraph. O jornal em papel nunca conseguiria atingir tamanho número de leitores. Na sua edição impressa, o Guardian cada vez mais promove o seu site, numa indicação de que o jornal propriamente dito, aquele que colocamos embaixo do braço, está cada vez mais se tornando apenas uma parte de uma operação muito maior.
A ̳ não é um jornal, é muito maior do que qualquer um deles. Exatamente por isso tem um desafio ainda mais difícil pela frente: adaptar-se ao mundo multimídia sem perder a liderança e a respeitabilidade de que há muito desfruta, pela qualidade de sua dramaturgia, seus documentários, suas transmissões esportivas e, especialmente, seu jornalismo. A reestruturação anunciada dias atrás nos coloca ainda mais perto de uma nova realidade que nem conseguimos vislumbrar precisamente, mas que, sabemos, está à nossa espera. A cada dia que passa, fica mais difícil prever como será o mundo jornalístico daqui a cinco anos. Para muitos, isso é assustador. Eu acho fascinante.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Rogério, gosto muito do seus textos e admiro a ̳ por sua capacidade de se reinventar e atualizar constantemente. Infelizmente nem todos os meios de comunicação aqui no Brasil são assim. Imagino que essa "fusão" e maior integração dos departamentos irá trazer um ganho enorme á empresa e aos leitores/ouvintes/telespectadores.
SIMONE RIGOTTI
JORNALISTA
A ̳ além de um jornal é uma marca que está associada a jornalismo íntegro, de qualidade e diretamente associada ao Reino Unido. Está em jogo esta marca com todas essas mudanças tecnologicas acontecendo num mundo cada vez mais global e sedento de informação. Estamos caminhando para a era da sabedoria, eu não dúvido disso, como diz Stephen Covey autor de OS 7 HABITOS DAS PESSOAS ALTAMENTE EFICAZES e O 8° HÁBITO. Então quem tiver informação e conhecimento terá sabedoria. Precisamos de informação de uma forma rápida e segura, de fonte segura de uma forma sucinta e objetiva e o nome ̳ tem esse sinonimo. Só espero que essas transformações não causem um "downsizing" que cause desemprego. Acho que deve haver um plano para seus funcionários nesse sentido. Se houver isto está ao menos bom para seus profissionais que se dedicam a esta instituição. Um grande abraço a todos.
Olá! sou estudante de jornalismo, e pelo que percebi o jornalista do futura´terá que ser um multimídia.
E acho isso, também, fascinante.
Olá, Rogério
Bom, eu acho isso assustador. Se tudo der certo, vou ingressar no mundo jornalístico daqui uns seis, cinco anos, e pensar que ele ainda estará mudando ou se adaptando à mudanças é no mínimo intimidador.
Assim como outras empresas,o nome ̳ está associado a informações fidedignas.Achei interessante o teu texto e, concordo com muito do que dizes,mas gostaria que te colocasse no lugar dos futuros profissionais do jornalismo e, dos milhares que perderão seus empregos. Partindo desta colocação, te desafio a fazer um texto estando nesta situação. Um abraço.
Pelo que eu li nos comentários percebo, que como eu, existem vários futuros jornalistas que também participam deste blog. Realmente o que nos espera pela frente é assustador - e isso é muito bom! - tenho plena consciência que já está ultrapassada a idéia do profissional de ráido, do profissional de tv ou do jornalista de um jornal impresso. O advento da internet que integrou tudo isso em um só lugar fez também que os jornalistas tornassem a ser multimídias, não há mais como fugir disso. Todos nós, futuros e já jornalistas, temos que saber que isso não é o futuro e sim a realidade que já esta na nossa porta.
Eu não sou jornalista, não sou brasileiro, nem minha língua mãe é o português e caminho pelas estradas da vida há mais de cinqüenta anos.
Mais acho gratificante este espaço por sintonizar com suas propostas..
Também posso dizer que no Brasil existe uma linha de pensamento que impulsa o pais a lugar privilegiado no mundo.
Ao qual eu dou uma importância maior que o bem estar econômico.
Não quis dizer no jornalismo brasileiro devido a que ele só existe com leitores.
Uma coisa mais.
Mudança é oportunidade.
Não tenha medo amigo
Não tenha medo
É
Como falou o poeta Vinicius
"São demais os perigos dessa vida"
Mas o sangue borbulha nas veias
E eu tenho que andar na rua
Gosto de enfrentar o mundo cara-a-cara
Olhar as pessoas no olho
Tenho que estar nos botequins, nas favelas
Nos palcos, nas platéias
Nos campos, nas cidades, nos sertões
Aqui e acolá, como gente
Pés no chão, no meio do povo
Cautelosamente sem cautela
Receiosamente sem receio
Distraidamente distraído
Mas sem medo
Não tenha medo meu amigo, não tenha medo
Porque o medo é o seu maior inimigo
Admiro medrosos sem medo
Detesto valentes
De heróis desconfio
Do mundo eu não tenho medo
Mas viver a vida é um desafio
Não tenha medo
Não tenha medo amigo
É amigo
A vida é um segmento de reta sinuoso
Um vai e vem
Todo mundo tem que ser viandante
Pois "barco parado não faz frete"
- Tá lá nos caminhões
Fé em Deus e pé na tábua
Seguindo o destino
Moldando o destino, transando com ele
Sem medo do que você tem e do que você pode ter
Do que você é e do que você será
Vá em frente amigo
Amando a mulher amada
Dando amor a muitas mulheres
Caminhando em busca do infinito
Sem mitos, sem metas
Sem medo
Não tenha medo
Porque o medo é o seu maior inimigo
Não tenha medo de ficar doente
De ser impotente
Ou de levar um chifre
Confie no amor da amante
E na honestidade da mulher de casa
Não é mais tempo do duelo nobre
Ou de lavar a honra com florete ou sabre
Não tenha medo do clamor divino
E nem do capeta e seu inferno em brasa
Não posso entender que está musica de Martinho esteja quase desaparecida.
Ela me confortou em momentos difíceis