Rumo dos EUA: direita ou esquerda?
A revista britânica trouxe na capa da sua edição de sexta-feira a foto do senador Barack Obama sob o título "It´s time" (Chegou a hora). Foi o anúncio oficial de que a revista, uma das mais concentuadas do mundo e uma referência do pensamento liberal, pró-capitalismo, apóia a candidatura do democrata Obama à Presidência dos Estados Unidos. "Se ele pode realizar seu imenso potencial, isso é algo que ainda precisamos ver. Mas Obama merece a Presidência", conclui a Economist.
Em 2004, o atual editor da Economist, John Micklethwait, e Adrian Wooldridge, também jornalista da revista, publicaram o livro A tese da obra era basicamente de que, desde os anos 70, os conservadores vêm conquistando espaço político nos Estados Unidos, e o governo de George W. Bush representava a consolidação desse poder. A reeleição de Bush naquele mesmo ano parecia confirmar a tese e indicar que a direita americana, na economia (menos governo, menos impostos), nas questões sociais (contra o aborto, o homossexualismo) e política externa (unilateralismo dos EUA), tornara-se imbatível. Mas aí vieram os piores anos da guerra no Iraque (2005 e 2006) e, especialmente, o furacão Katrina (2005). Os democratas venceram as eleições para o Congresso em 2006, o que levou à queda do secretário da Defesa Donald Rumsfeld, e o governo Bush começou a mudar. Tudo o que marcou seu governo (aventuras militares, mercado livre para agir como quiser, Estado inoperante...) está sendo naturalmente deixado para trás, mesmo antes do fim dos oito anos de Bush. Mas, para o amplo projeto conservador americano, parece ter sido tarde demais.
Em uma , John Micklethwait falou sobre o apoio da Economist a Obama. O editor da revista disse que a escolha feita por John McCain para o cargo de vice-presidente, a governadora Sarah Palin, foi central na decisão da revista. "Escolher Palin não foi um movimento na nossa direção." Mas, com o amplo favoritismo de Obama, como ele explica a tese do seu livro de 2004, de que os conservadores dos Estados Unidos eram a força majoritária no país? "Os republicanos testaram na prática essa teoria até a destruição. Ser tão incompetente e desonesto como eles foram tornou muito difícil a sobrevivência de qualquer vantagem inerente que eles possam ter no sistema", disse ele. Em outras palavras, segundo o editor da Economist, os republicanos tinham o país nas mãos, mas testaram o limite da paciência dos americanos até que ela se esgotasse de vez.
John McCain ainda pode ser o próximo presidente americano, o que exigirá uma reação histórica e surpreendente. Mas a previsão para esta terça-feira é de uma vitória do progressista Barack Obama, que, se confirmada, fará dele o primeiro presidente americano negro da história. Uma mudança e tanto em relação aos oito anos do conservador Bush. Uma vitória democrata, no entanto, não eliminará de vez a força da direita. A tese da supremacia dos conservadores parece estar indo por água abaixo, mas a composição da sociedade americana indica que uma guinada à esquerda não deverá ser nem acentuada nem definitiva. O mais provável é que o país continue dividido e assim volte à urnas em 2012, para mais uma batalha ideológica.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Barack Obama será vitorioso pela decisão do eleitorado jovem, que quer mudança e paz.Barack é competente , talentoso e preparado para ser o futuro presidente dos EUA. O futuro é hoje.
Ideologia é um termo muito ambíguo para estas eleições de novembro. Não vejo um projeto ideológico, mas sim um “outro modo de fazer as mesmas coisas”. Sejamos honestos: Qualquer presidente americano (seja ele democrata ou republicano) tem por objetivo manter a hegemonia dos Estados Unidos, nos mesmos moldes da década de 1990.
Para clarear ainda mais a argumentação: enquanto que o primeiro quer o estado mais ativo "estilo well-fare-state" e uma política externa mais multilateral, o outro aposta na unilateralidade militarista aliado a uma economia regida pela mão invisível do mercado. Porém ambos querem a mesma coisa !!!!
Por tanto, se os objetivos são os mesmos, existe uma linha muito tênue entre o “unilateralismo” e “multilateralismo”. A historia inclusive demonstra que o zelo excessivo do estado por projetos econômicos leva necessariamente a guerra (pensemos na Alemanha do Kaiser Guilherme IV ou no Japão Imperial de 1900-45)
Resumindo, o colapso momentâneo do atual sistema neoliberal é um oportunidade única para moldar um novo ethos de responsabilidade entre o “hight staff” norte americano. Mas como mudar se os objetivos são os mesmos? Talvez ai seja onde a genialidade do “futuro” presidente Obama pode se encaixar.
Aguardemos, daqui a cinco anos poderemos fazer uma avaliação mais expressiva de como este novo paradigma desenvolveu-se.
É claro que a possível vitória de Barack Obama, traria uma nova visão de mundo aos americanos, mas isso nem de longe representaria uma guinada política à esquerda.
Os defensores do belicismo ficarão enfraquecidos e haverá uma moderação nas relações com países tidos como "inimigos", como Cuba ou Irã, porém, mas, apesar do novo olhar em relação aos "outros", serão os interesses americanos que nortearão as ações da Casa Branca.
A vitória de Barack Obama é resultado do amor da família, dos pais, dos avós, sua força ,seu talento, sua capacidade de apontar e demonstrar suas propostas que unia o país para um novo caminho. Ele celebrizou a política. Os Estados Unidos foi palco da maior festa civica desde 1908, todos votaram conscientemente e escolherem democraticamente o melhor para o país e para o mundo. A eleição deste jovem uniu o mundo no mesmo ideal de que o ser humano não vive só de lucros, é necessário emoção, esperança, união, amor, equilíbrio, justiça e contribuição de todos. Este afroamericano já era poderoso, hoje é presidente do maior país do planeta.Sua vitória transcende o imaginável.
Barack Obama,com certeza podera repetir a famosa frase presidencial brasileira `` Nunca antes na história deste país``
Só podem estar de brincadeira, chamar os Democratas de Esquerda nos EUA!
Podemos na minha ignorância no máximo definir os Republicanos de Ultra Direita. Os democratas não vão arriscar a popularidade com os eleitores dos EUA fazendo caridade pelo muindo a custa dos sagrados empregos dos americanos. Se vocês a chão que o Presidente Obama vai facilitar as coisas para nós abrindo o mercado, agrícola e bio energético para o Brasil, pode sentar na sombra. Acredito que o candidato John McCain por suas declarações de maior aproximação com o Brasil seria o melhor candidato para os nossos interesses.
Agora a sorte esta lançada!