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Button, o campeão da crise

Rogério Simões | 16:00, terça-feira, 20 outubro 2009

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button.jpgJenson Button está de volta à Grã-Bretanha. Passou esta terça-feira a jornalistas britânicos ávidos por saber mais sobre as comemorações e o futuro daquele que, até o início do ano, era um improvável campeão.

A escuderia Brawn é fruto da crise que atingiu a economia mundial em 2007 e se agravou no ano passado. Até o início de março, ela não existia. Os japoneses da Honda haviam decidido, no final de 2008, que não tinham mais condições de despejar centenas de milhões de dólares na Fórmula 1 no meio de uma crise em que a venda de carros ao redor do mundo era uma das maiores vítimas. O engenheiro Ross Brawn, Button e seu colega de equipe Rubens Barrichello estavam, em tese, desempregados, à frente do espólio de uma escuderia japonesa que ninguém parecia disposto a comprar. Mas Brawn conseguiu, na última hora, reunir dinheiro suficiente para adquirir a Honda F1 e inscrever a nova equipe com o seu próprio nome. Mal sabia o experiente engenheiro inglês que estava fazendo história e conquistaria os títulos de piloto e equipe logo no primeiro ano da escuderia.

O escândalo envolvendo Nelsinho Piquet e Flavio Briatore foi apenas uma lembrança de que 2009 entraria mesmo para a história. Antes de começar, a temporada já vinha sendo marcada por brigas envolvendo equipes e o presidente da FIA, Max Mosley. No meio de embate, Eclestone chegou a mudar as regras do campeonato numa canetada, criando um sistema que daria o título ao detentor do maior número de vitórias. A mudança acabou sendo derrubada dias antes da primeira largada, e o campeonato foi disputado do mesmo jeito que os demais. Mas Ecclestone pelo menos sabia que, dentro das pistas, a mais importante categoria do automobilismo passava por uma mudança de poder. Em março, ainda confiante em um novo regulamento, , já que, na sua opinião, o piloto da equipe Brawn tinha grandes chances de vencer as primeiras corridas do ano. Bernie Eclestone recuou, mas provou ser mesmo bom de palpite.

Em janeiro, a crise econômica ameaçava deixar a Fórmula 1 com pouco dinheiro. A própria equipe do novo campeão ainda corria atrás de patrocínios dias antes do início da temporada, na Austrália. Mas Button surpreendeu e chegou à frente dos pilotos e equipes mais famosos e badalados do circuito. Como nas relações internacionais, em que países menos poderosos têm ganhado projeção nunca vista, um ano de dificuldades coroou um piloto pouco acostumado ao pódio e uma escuderia novata. Nada poderia simbolizar melhor esta tumultuada temporada de Fórmula 1 do que o título de Jenson Button, o campeão da crise.

Campeões mundiais em campo contra o fiasco

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Daniel Gallas | 19:53, quinta-feira, 8 outubro 2009

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Você já imaginou uma Copa do Mundo sem Alemanha, Argentina, á e ç? As quatro seleções - que somam dez títulos mundiais entre si - entram em campo duas vezes nos próximos dias para tentar evitar o fiasco de não ir à África do Sul em 2010.

Abaixo, a situação de cada um:

Argentina - Mesmo se ganhar todos os seus jogos, a Argentina ainda corre risco de disputar a repescagem contra o time da Concacaf. Tropeços do Equador e Chile podem colaborar para a classificação do time de Maradona, que ainda assim teria que conseguir no mínimo empates contra Peru e Uruguai. Mais preocupante é que a Argentina corre o risco de perder até mesmo a vaga na repescagem, se Uruguai, Venezuela e Colômbia ganharem seus jogos.

maradona226.jpg

Alemanha - A Alemanha pode garantir sua classificação no sábado se vencer a Rússia em Moscou. Se perder, no entanto, a Rússia passaria à frente dos alemães no grupo. Nesse caso, a Alemanha teria de vencer a Finlândia na quarta-feira e torcer por uma derrota ou empate da Rússia contra o fraco Azerbaijão. Se isso não acontecer, a Alemanha teria de jogar a repescagem.

ç - A situação da ç é um pouco mais delicada, já que o time tem poucas chances de evitar a repescagem. A Sérvia deve ser a campeã do grupo e garantir a vaga. A ç não deve ter problemas para vencer as Ilhas Faroé no sábado. Mas na rodada seguinte, a ç pega a Áustria, candidata direta ao segundo lugar no grupo - que dá vaga para a repescagem. Na primeira rodada, a ç perdeu por 3 a 1 para a Áustria. Na quarta-feira, os dois times podem disputar a vaga na repescagem, com vantagem do empate para os franceses.

á - As chances de a atual campeã mundial ficar fora da Copa são as mais remotas. A equipe já está garantida na repescagem, no mínimo. Um ponto contra a Irlanda, no sábado, ou o Chipre, garante o primeiro lugar no grupo e a vaga para a África do Sul. No entanto, justamente a Irlanda pode complicar a vida dos italianos, já que a equipe ainda tem chances matemáticas de chegar ao primeiro lugar.

O Uruguai - um campeão mundial que há décadas já não é mais uma potência no esporte - também entra em campo com chances de ir à Copa em 2010. Para isso, ele depende de tropeços da Argentina, Equador e Chile.

Na Europa, Portugal é até agora a surpresa negativa das eliminatórias. Além de ter que vencer a Hungria e Malta a qualquer custo, a equipe precisa desesperadamente de um tropeço da Suécia ou dois improváveis tropeços da Dinamarca para ter chances apenas de ir à repescagem.

A repescagem, é bom lembrar, é uma situação delicada para qualquer equipe, por mais campeão que seja o seu passado. Vida fácil mesmo é a das seleções já classificadas: África do Sul, Austrália, Brasil, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Espanha, Gana, Holanda, Inglaterra, Japão e Paraguai.

Há limite para provocações no futebol?

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Daniel Gallas | 19:47, terça-feira, 6 outubro 2009

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Na semana passada, o atacante do Manchester City e da seleção do Togo, Emmanuel Adebayor, foi multado e suspenso por dois jogos por ter provocado a torcida de seu ex-clube, o Arsenal, durante uma partida entre os dois times no Campeonato Inglês.

adebayor226s.jpg

O jogo, realizado no dia 12 de setembro, foi o primeiro de Adebayor contra seu ex-time, pelo qual brilhou por três temporadas. Com ótima exibição do jogador, o Manchester City venceu o Arsenal por 4 a 2. A confusão aconteceu aos 34 minutos do segundo tempo, quando Adebayor marcou o terceiro gol do Manchester City. O jogador percorreu toda a extensão do campo e foi celebrar em frente à torcida do Arsenal, que o vaiara e provocara durante todo o jogo.

Diante da atitude do jogador, os torcedores começaram a jogar objetos no gramado. Um segurança foi atingido na cabeça e teve de ser levado ao hospital. A comemoração efusiva de Adebayor, que deu início ao tumulto, provocou indignação entre comentaristas esportivos e outros atletas.

Confesso que fiquei um pouco surpreso com toda a reação à provocação do atacante. Como torcedor, já perdi a conta de quantas vezes vi jogadores comemorarem gols de propósito em frente à torcida rival. Alguns - vários, aliás - chegam ao ponto de botar o dedo indicador em frente aos lábios; o infame gesto do cala-boca.

Não acho que a atitude de Adebayor tenha sido das melhores. Uma pequena provocação de um jogador, por menor que seja, em um ambiente tão tenso como um estádio de futebol pode gerar confusões bem piores do que as que aconteceram em Manchester. Mas, por outro lado, não se trata da mesma coisa que estamos acostumados a ver sempre no futebol? E um gesto cala-boca também não mereceria o mesmo tipo de punição ou multa?

O curioso nesse caso é que a federação inglesa de futebol (a FA), em sua decisão, não isentou os torcedores do Arsenal. Segundo a FA, a pena de Adebayor só não foi maior porque o jogador estava respondendo "aos cânticos extremamente provocativos dos torcedores do seu ex-clube".

Brasil olímpico!

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Ricardo Acampora | 17:39, sexta-feira, 2 outubro 2009

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riocard226.jpgEleita pelo Comitê Olímpico Internacional como sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, a cidade do Rio de Janeiro apresentou durante sua campanha aspectos únicos, que não podem passar despercebidos.

Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, o Brasil competiu de igual para igual com três países ricos, fato impensável num passado recente.

Imaginem a reação do COI a uma candidatura de uma cidade brasileira no começo da década de 1990, tentando desbancar a tradicional Madri, a dinâmica Chicago ou a endinheirada Tóquio.

Ninguém levaria a sério. Afinal, a economia brasileira estava afundada numa espiral de hiperinflação e o país vivia um turbilhão político com a redemocratização gradual.

Agora, menos de 20 anos depois, ouvimos um presidente brasileiro falar com segurança que o país tem condição financeira de arcar com os custos de construção de uma vila olímpica, de complexos esportivos, estádios modernos e demais obras de infraestutura necessárias a um megaevento deste porte.

Tomara que a chance não passe em branco. Tomara que desta vez se consiga aproveitar a prosperidade e entrar com a cara e a coragem nesse embalo primeiro mundista, mesmo que seja apenas na área esportiva. Já é um começo e tanto.

No discurso de apresentação em Copenhague, o presidente Lula ressaltou a paixão do povo brasileiro pelo esporte.

É verdade, temos uma aptidão esportiva quase que natural. A gente se adapta facilmente, vai aprendendo a gostar, treinamos com equipamento inadequado, improvisado e sem apoio. E ainda conseguimos resultados surpreendentes.

Tomara então que desse ímpeto olímpico saia um planejamento sério para a formação adequada de atletas brasileiros. Tomara que haja investimento na criação de centros de treinamento para todas as modalidades nos quatro cantos do Brasil.

Tomara que as jovens promessas brasileiras no atletismo, ginástica, natação, enfim, nos esportes olímpicos ou não, possam receber amparo financeiro que permita dedicação plena e garanta o desenvolvimento atlético para que possamos competir em nível internacional.

Se começarmos agora, com a seriedade que o presidente prometeu dedicar ao plano 2016, teremos grande chance de melhorar a posição do Brasil no quadro de medalhas, finalmente ultrapassando Noruega, Ucrânica, Etiópia, Quênia, Hungria, Polônia, Romênia, Jamaica e Belarus, para citar apenas alguns países que nos superaram em Pequim em 2008.

Seria realmente um avanço digno das promessas dessa era pré-sal, que, se bem aproveitado, poderia acabar deixando para a história da era pré-real as medalhas de ouro em desnutrição, em analfabetismo, em desigualdade social e em má distribuição de renda.

O povo brasileiro aguarda ansioso a oportunidade de poder competir e brilhar.

Os melhores pilotos nas maiores equipes

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Daniel Gallas | 11:13, quinta-feira, 1 outubro 2009

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A Ferrari finalmente confirmou a contratação de Fernando Alonso na quarta-feira. Todos acreditam que o demitido Kimi Raikkonen irá para a McLaren. Se essa previsão se confirmar, a Fórmula 1 voltará a ter em 2010 os quatro melhores pilotos da atualidade dirigindo os carros mais tradicionais e competitivos.

alonso226.jpg

Isso já aconteceu em 2007, ano em que Lewis Hamilton e Alonso travaram uma briga tão feia na McLaren que acabaram praticamente entregando o campeonato de pilotos para Kimi Raikkonen.

Nos últimos dois anos, muitos torcedores reclamavam que o espanhol, o maior campeão em atividade, não estava guiando um carro competitivo. Como teriam sido as temporadas de 2008 e 2009 se Fernando Alonso estivesse com um carro forte?

Alonso já chegou na Ferrari declarando que quer se tornar um multi-campeão, como fez Michael Schumacher no começo da década. Antes de pensar no campeonato, ele terá que vencer Felipe Massa, cujo desempenho nos últimos anos foi tão bom que garantiu sua permanência na equipe. Massa manteve sua vaga na Ferrari apesar do acidente na Hungria e mesmo nunca tendo ganhado um título, como Raikkonen.

Já Raikkonen disse que não pretende continuar correndo se não tiver condições de ser campeão. Sua possível volta para a McLaren no lugar de Heikki Kovalainen - que teve desempenho fraco na escuderia inglesa - também tem ecos da temporada de 2007. Com temperamento forte, como Alonso naquele ano, é pouco provável que Raikkonen aceite ser escudeiro de Lewis Hamilton.

Há ainda várias dúvidas no ar. As poderosas Ferrari e McLaren terão em 2010 os carros mais competitivos da temporada? E o que acontecerá com o novo campeão, seja ele Jenson Button, Rubens Barrichello ou Sebastian Vettel? A Brawn e a Red Bull, as duas melhores equipes deste ano, terão que provar que 2009 não foi apenas um soluço na galeria da F-1.

Além disso, várias regras mudarão, como o fim do abastecimento durante a corrida e talvez o fim do polêmico sistema KERS. Mas se o final desta temporada servir de parâmetro, Ferrari e McLaren podem esperar um 2010 muito melhor.

Após uma temporada atípica e de tantas confusões, é um alívio ver que o campeonato de 2010 deverá ser mais parecido com os da década de 80, os "anos dourados" do esporte: os pilotos mais consagrados nos melhores e mais tradicionais carros buscando a vitória.

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