O parto do passado é o do futuro
Esta é minha última semana de trabalho antes de entrar de férias e licença-maternidade, então achei que deveria deixar aqui meu post de despedida, já que devo voltar ao batente apenas no ano que vem.
Aqui na Grã-Bretanha, temos uma licença remunerada (porém não com o salário integral) durante seis meses e outros seis meses de licença não-remunerada. Para as mães brasileiras, pode parecer uma maravilha, mas as licenças em outros países da Europa costumam ser ainda mais generosas!
Quando cheguei em Londres, há 4 anos e meio, tinha jurado que nunca teria meu bebê neste país. Tinha ouvido várias experiências extremamente traumáticas, de midwifes (as responsáveis por fazer seu parto quando você não tem de ter uma cesárea) grossas e desatenciosas, de procedimentos errados adotados em situações de emergência, de mães machucadas depois do uso de fórceps... a lista era interminável.
E uma das práticas mais inimagináveis para a maioria das brasileiras era o parto sem nenhum tipo de anestesia. Quando a possibilidade de ter um bebê ainda estava distante, ficava me perguntando por quê eu deveria passar por este sofrimento.
Porém, os anos foram passando, me informei mais e mais sobre o assunto e há pelo menos dois anos a idéia de parir nesta terra já não era algo tão assustador. Em relação à anestesia peridural para aliviar a dor, mudei de lado: quero fazer o máximo para não ter de tomá-la.
Sei que posso me arrepender amargamente do que vou escrever aqui, mas pelo menos neste momento, a menos de um mês do parto, estou bem feliz de dar à luz na Grã-Bretanha.
Se tudo correr conforme o planejado (o que já sei que poucas vezes acontece), terei um parto natural, sem anestesia, dentro da água. Sei que poderia ter um parto destes no Brasil, mas provavelmente teria de pagar caro para ter um serviço que aqui terei pelo sistema público.
Aliás, outra tendência que vem aumentando por aqui são os partos em casa. Muitos ainda são feitos por midwifes particulares, mas todos os hospitais públicos também disponibilizam o serviço e tenho ouvido algumas experiências fantásticas pelo sistema público.
O que se percebe aqui é uma volta ao passado, uma valorização da forma mais antiga de dar à luz. Menos intervenções médicas e mais respeito aos instintos naturais da mulher durante o trabalho de parto.
Não é preciso ser nenhum especialista para saber que quando uma mulher está deitada em uma cama o bebê não conta com a ajuda da gravidade para sair do útero e pode demorar mais em sua jornada para o mundo. Por isso, existe um incentivo cada vez maior ao partos verticais, com a mulher de pé ou de cócoras.
Também não é preciso parar para pensar muito para saber que ficar de pernas abertas em frente a um monte de pessoas desconhecidas sob uma poderosa luz fluorescente de hospital ouvindo a palavra: "Empurra! Empurra!", como se fosse um grito de guerra de estádio de futebol não é a experiência mais prazerosa do mundo e tem tudo para potencializar uma dor que talvez seria menos intensa em um lugar calmo, menos iluminado, com uma música tranquila de fundo e o menor número de pessoas olhando para você. Estes lugares são chamados de "birthing centres", locais que contam apenas com midwifes (não existem obstetras nem anestesistas), que tentam fazer a grávida ter uma experiência parecida com a que teria se estivesse em sua casa.
Não sei como será minha experiência e confesso que estou cada vez mais ansiosa para a hora H. Continuo achando que o sistema de saúde daqui tem lá suas falhas e que como brasileira sinto falta de um acompanhamento pré-natal mais pessoal. Mas no fim das contas, até agora tive todo o tratamento necessário e se tudo culminar com uma bela experiência de parto, que resulte em um bebê e uma mãe saudáveis, melhor ainda!
dzԳáDzDeixe seu comentário
Tudo de muito bom para vocês, que seu parto seja exatamente do jeito que você espera!!!
á, desejo que tudo dê certo!!! E ficarei esperando ansiosa para saber como foi sua experiencia.
Andrea, estou com 38 semanas de gravidez, moro no Rio e quero ter meu parto também de cócoras e sem anestesia. Acho que esse tipo de parto deve ser melhor para a mãe e para o bebê. Estamos juntas nesse ideal. Espero que tudo corra bem por aí! Pelo menos estamos fazendo a nossa parte não é?
Oi Andrea,
Sou acupunturista e tenho trabalhado com gestantes para, entre outras coisas, aliviar (e muito) a dor durante o parto natural. Tente encontrar um acupunturista de Londres que faça esse tipo de trabalho, tenho certeza que te ajudará bastante!!
Abraços e boa sorte!!
É
eacupuntura@yahoo.com.br
Entendo que este seja o seu primeiro bebe. Tive meu primeiro filho na Tailandia, parto normal, sem anestesia e de cocoras. O segundo em Hong Kong parto normal, com peridural. Aconselho todas as maes a tomarem a peridural. O parto foi tranquilo, nao senti tanta dor, e pude curtir meu filho apos o parto. No primeiro desmaiei depois da retirada da placenta. Foi uma dor como nenhuma outra que ja senti e nao quis repetir a dose.
Sei que a experiencia eh diferente para cada mulher, conheco amigas que dizem que o bebe 'escorregou'. Fiz todos os exercicios, li varios livros antes, mas no momento eh o seu corpo que comanda. Boa sorte no seu parto! E seja muito feliz com com o seu bebe. Curta muito, pois o tempo passa rapido e eles crescem logo! Um abraco,
Até concordo que queria parto natural,sem anestesia...ótimo.
Só acho que no ambiente em que isso tudo se realiza tem que ter médicos por perto. Se seu bebê tiver uma distocia...uma complicação,quem irá te socorrer? A Midwife? Lembrando que complicações em obstetrícia são muito dinâmicas e podem surgir a qualquer minuto. Só achei a autora do texto ignorante no assunto.
Deixo claro que não sou contra nada do que você falou e que a midwife faça o parto que tanto você deseja,mas o certo é ser num ambiente em que médicos estejam de sobreaviso ou bastante próximos para qualquer intercorrência.
No Sistema público de SC é oferecido o parto natural com banheira...não precisa ir para Londres fazê-lo,risos!
Curiosidade! Ele terá nacionaliade inglesa? E como dizia minha avó, tenha uma boa hora!
Breno,
No meu caso, se houver complicação estarei dentro do hospital, porque o "birthing centre" fica em um andar e toda a parte de obstetíricia fica no andar debaixo. Como é meu primeiro parto, senti necessidade de justamente ter esta segurança caso haja algum problema.
Porém, as mulheres que têm parto em casa ou em birthing centres independentes têm de ser transferidas para o hospital e quem determina a hora para isto ocorrer sem riscos para mãe e bebê são as midwifes, que são extremamente bem-treinadas. Vale ressaltar que tanto para ter um bebê em casa como no birthing centre as mulheres têm de ter uma gravidez absolutamente normal, sem riscos. Espero ter esclarecido suas dúvidas!
Vai dar tudo certo e será uma experiência única para vocês.
Pari sem anestesia, na água em um centro de parto em BH/ MG pelo SUS! Quem quiser pode se informar e conseguir também.
E para quem temn receios é bom lembrar que as parteiras (midwives) são muito bem treinadas e os médicos, anestesistas e pediatras estão próximos em caso de necessidade.
Andrea, se puder leve uma doula para te ajudar a lidar com a dor e ansiedade. Vai te dar esse acompanhamento mais pessoal, mais íntimo e acolhedor. Deve ter doulas brasileiras aí.
Boa hora!
Boa sorte e que Deus te ajude na hora. Quando for ter o meu, se o médico (Daddy, I love you!) disser que tá tudo OK, vou ter em casa, na minha piscina! Sério! Morro de medo de hospital e só vou ter o meu bebê lá se houver alguma complicação!
Andrea,
Eu tive meu primeiro filho há nove meses, num maravilhoso parto natural, na água, em casa, no Brasil, com o equivalente à midwifes, aqui obstetrizes ou parteiras, como elas mesmo preferem ser chamadas.
Entregue-se ao momento e confie, dará tudo certo, até porque numa gravidez de baixo risco, são mínimas as chances de algo dar errado, ainda mais sem fazer um monte de intervenções desnecessárias.
Boa hora e muita saúde, leite e alegria para vocês!
Tive meus dois filhos fora do Brasil e, talvez por isso, tive a oportunidade de ter dois partos absolutamente naturais.
O primeiro foi numa casa de parto (birthing center já tem tradução!), só com parteiras e maridão de auxílio luxuoso. O segundo parto foi aqui no Reino, com uma parteira independente (particular) que só olhou - meu neném e eu fizemos o que tinha que ser feito em casa mesmo; meu marido só aparou a cabeça da filha quando ela acabou de nascer.
Recomendo a todas e todos. Nada vai te fazer sentir tão poderosa quanto o momento absolutamente natural de parir (e sentir - o que nem sempre é dor e, quando for, é a única que significa que tem uma coisa certa acontecendo com o seu corpo). Você e seu filho são os experts e protagonistas da própria história.
Evidentemente que é uma opção ter um parto assim, mas é preciso que seja uma opção válida e possível para todas as mulheres. Há um grupo de mulheres no Brasil que vem lutando para informar e apoiar as nossas conterrâneas, que crescem achando que parto=cesariana e quem põe seu filho no mundo é um médico mascarado. As intervenções médicas deveriam ser a exceção, e não a regra.
Nossa Senhora do Bom Parto que te abençoe! (ela é você mesma)
Andrea, as experiências de parto são únicas, mesmo com a mesma mulher. A Mariza te contou uma experiência traumática sem anestesia, eu já te digo o contrário: meu primeiro parto foi com anestesia, e realmente na hora eu achei que aquilo era o paraíso. Mas a anestesia quase me levou a uma cesárea, porque o trabalho de parto é afetado. Fui salva por um triz do bisturi na barriga. No segundo parto, não tomei anestesia, e, sim, senti dor, mas não é uma dor ruim.
Enfim, cada mulher é única, e você vai ter que descobrir, ao longo do processo, o que funciona para você.
Parabéns pela decisão de dar ao seu bebê a chance de vir ao mundo como se deve e boa hora para você!
Oi Andrea,
Tomei maior susto quando descobri que minha irmão resolveu fazer o parto dela em casa, e o pior, eu estava no plano de parto dela.Um plano de parto minha irmã já tinha me explcado o que era . Achei ótimo como um recurso para você levar para a maternidade relatando um pouquinho dos seus desejos possíveis de um parto mais humano. Mas em casa, aí já era demais.!Fiz de tudo para ela mudar de idéia mas percebi que ela já estava muito segura com sua decisão e amparada por várias pessoas com a mesma idéia e que fazem parte de uma ONG aqui em Pernambuco. De repente eu já estava lá... Para salvar ela ou para não decepcionar seu desejo...Duas médicas muito tranqüilas e com um currículo maravilhoso foram para lá e pareciam me dar uma aula de parto humanizado. Eu estava lá assistindo tudo e envolvida com uma coisa tão humana que é o nascimento... Tive medo sim, pois não me preparei. Com minha irmã deu tudo certo, graças a Deus e as pessoas maravilhosa que ele nos enviou. Mas pq não maternidades com todo apoio, equipe e pessoas que acreditem na humanização do parto? Você teve sorte Andrea! Vai dar tudo certo! Desejo toda felicidade para você e seu filhote!
Tambem moro na Inglaterra e pretendo engravidar em breve. Ja ouvi varios relatos de parto de brasileiras que moram aqui e as opinioes sao diversas.
Ter um acompanhamento mais proximo no pre-natal seria ideal mesmo. O NHS ainda tem muito o que melhorar...
Tenha um bom parto e que Deus de saude e muitos anos de alegria pra voce e pro bebe.
Oi, Andrea!
Pode ter certeza de que está fazendo a melhor escolha para você e seu bebê.
Infelizmente os brasileiros formam cirurgiões e não parteiros e criou-se a idéia de que parir (algo natural) é um bicho de sete cabeças.
Tive meu filho em casa, sem qualquer tipo de intervenção. Como DEVE SER.
Uma analgesia que seja, com certeza, já muda completamente o andamento de um parto NATURAL. Cada intervenção chama outras...
Lembre-se que a "dor" do parto não é algo que vem para um sofrimento, mas para a grande felicidade de sua vida. Para trazer ao mundo teu bebê, então, é uma "dor" totalmente suportável. Na verdade eu nem lembro bem de ter sentido dor... Minha preocupação era em me entregar ao parto... viver cada momento, sentir meu filho chegando... Se entregue. Se tiver que gritar, grite! Se tiver que chorar, chore! Eu rezava muito enquanto estava em trabalho de parto. Conversava com meu filho na barriga em oração. Pedia que Deus nos abençoasse.
Viva SEU momento. Sem se preocupar com o que os outros possam falar ou pensar.
O NORMAL é o NORMAL. Não é mesmo?
Somos fisiologicamente prontas para o parto.
Tenha uma hora FANTÁSTICA e muito leite!!!
Deus abençoe vocês!
Beijos
Fica nítido em alguns comentarios que as pessoas não entendem que o parto é natural, a mulher foi feita pra isso, e Deus não criou o médico Ó Doutor Universal para salvar os pobres bebes de nascerem naturalmente.
Da um tempo. As parteiras ctz estão muito bem treinadas pra qualquer imprevisto e SE ocorrer algo em que ela não possa intervir é ónvio que haverá tempo para deslocar a um centro médoco.
Vc apesar de ser o primeiro bebe fez ctz a melhor escolha e tudo correrá perfeitamente bem, natural, sem anestesiar seu bebe com a interferencia que a peridural pode ter e tudo de bom que as ondas de hormonios liberadas pelo TP vai dar a vc e ao bebe. beijos e otima hora pra vc.
á,
Boa sorte pra vc!! É um momento de felicidade que eu não pude desfrutar.
Minha bolsa estourou em casa e fui para um hospital público aqui de São Paulo. Fiquei esperando as contrações durante 8 horas. Depois disso elas vieram com toda força. Fiquei mais 9 horas sozinha em uma cama, sem água e com residentes vindo medir minha dilatação e só. Meu marido não pôde entrar para ficar comigo sendo que o SUS permite isso. Tive que controlar minhas contrações por um relógio do corredor que refletia na janela do hospital, ou seja, ele estava ao contrário. Sentia uma dor que não sei mensurar, pedi medicamentos depois de 7 horas de contrações 10 por 10. O médico negou e disse que eu precisava ficar mais umas horas ali.
Eu dei um escândalo no hospital, disse que tinha sangue na minha cama e que se acontecesse alguma coisa com minha filha eu processaria ele e o hospital. Ao mesmo tempo meu marido fazia outro escândalo do lado de fora para saber alguma notícia depois de quase 15 horas de espera.
No final o médico chefe veio me ver, me avaliou e chamou a enfermeira dizendo para me preparar para uma cesariana porque eu não tinha nem metade da dilatação necessária.
Foi terrível, fiquei morta depois e não conseguia nem me mexer na cama nos dias seguintes, tamanho nervoso que passei.
Isso sim é Brasil!!
bj
Você terá um parto lindo e natural!!!
Nós da Bem Nascer estaremos torcendo muito!!!
Depois nos conte como foi no:
BemNascerMG-subscribe@yahoogrupos.com.br
Boa Sorte!
Andrea,
que seu parto seja lindo! Pari em casa há três semanas aqui no Rio, e posso te dizer que foi a melhor experiência da minha vida.
Por aqui ainda temos um longo caminho pela frente até perceberem que o nascimento é um ato fisiológico e não um procedimento hospitalar.
Nosso corpo é lindo, uma máquina poderosa e preparada para o parto.
Um beijo enorme, uma ótima hora
Pat
Da outra vez que eu te escrevi eu estava com uma barrigona linda. Tive minha filhinha no sul de Londres ha 5 meses. Esse foi meu primeiro parto, foi normal e a experiencia foi otima. Tive minha bebezinha com 38 anos e meu parto foi excelente. As contracoes duraram somente 6 horas. Meu esposo ingles foi um anjo que Deus mandou dentro da sala de parto. As “midwifes” foram excelentes, super profissionais. Pra tudo eu dizia muito obrigada, por favor, tudo com gentileza. Soh tive “gas and air” e foi tudo muito bom. Estamos orando para que seu parto seja otimo tambem.
Uma semana antes de ganhar nenem eu comecei a comer MUITA ameixa seca (deixada de molho numa vasilha com agua). Levei isso para o hospital tambem. Depois do parto tive pontos. Meu intestino funcionava muito bem por causa das ameixas e nao tive medo de ir ao banheiro. Outra coisa que eu fiz for sentar numa bacia com agua morna e um pouco de sal. Ajuda a aliviar a dor dos pontos. Que Deus te de uma boa hora.
Parabéns pelo post... Conheci hoje seu blog BOIANDO NO NILO e digo que estou adorando.
Pelo pouco que li até o presente momento, notei que você é uma mulher forte, e tenho certeza que sairá tudo bem em seu parto.
Boa sorte a você.
E que a Mila seja muito bem vinda ao mundo...
Super beijos!
Tenho que tirar o "chapéu" para Mariza Moreira que não faltou com a verdade no detalhe de seu parto. É exatamente isso, existe uma crença entre as mulheres, que passa de geração em geração que parto é você que tem parir e não o seu marido, portanto, a fim de não desencorajar a constituição/perpetuação da família, as mulheres dizem maravilhas do parto, sem na verdade, sê-lo. Coisas da preservação da espécie, pois se cada mulher, dissesse aos seus maridos, o calvário que é parir, obviamente, que eles seriam os primeiros a desistimulá-las para aumentar a familía e com isso teria uma desculpa a mais para não ter filhos. Portanto, esse fardo, as mulheres terão que carregar sozinhas. E infelismente, há ainda essa mentalidade das mulheres de faltarem com a verdade umas com as outras (parto é a pior dor do mundo que um ser-humano pode sentir, - não foi à toa, que a leitora Mariza Moreira desmaiou e muitas desmaiam -, mais não dizem, ganha até da tradicional cólica de fígado, que os homens que já tiveram, sabem perfeitamente que é uma dor insuportável)acreditando que cada uma terá sua experiência única. Sem dúvida nenhuma, a dor também é única. E tem mais mais: não se enganem, que o fato de tomar a anestesia peridural, não é garantia que você não sentirá dor, com a anestesia a dor é mais suportável, e a parturiente participa ativamente do parto e sente as contrações, só que em intensidade reduzida do que sem anestesia. É por isso que sempre é perguntado a parturiente durante o trabalho de parto, se ela deseja tomar a anestesia peridural para ter o parto normal. As pessoas associaram a peridural à cesárea, toma-se se a anestesia peridural nos dois casos, com a diferença que no parto normal, você escolhe tomar ou não). De todas as minhas amigas brasileiras que tiveram filhos fora do Brasil, ficaram traumatizadas. A pior experiência foi uma que teve filho na Alemanha,(com as tais "mid-wife", "femme-sage" que são parteiras habilitadas com curso para auxiliar um parto normal, afinal não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, elas não são médicas ginecologista/obstetra - não existe o feminino para obstetra -, que não tem rigorosamente nada haver com as "parteiras", as médicas/obstetras salvam e decidem na hora de um parto de risco ou com complicações) foi tão traumático que 15 anos depois, ela rejeita copiosamente esse adolescente, inconscientemente, e nunca conseguiu ousar a ter 2º filho. A outra teve sua experiência em Paris, não me contou com riquezas de detalhes, tanto quanto a experiência (da brasileira) alemã, mas, preferiu seguir o marido na Romênia e ter o filho em Bucareste (1998) mesmo sabendo do problema de falta de equipamentos adequados e higiêne nas maternidades da pós-era-comunista e tendo 44 anos, ou seja, nessa idade, você usa o bom-senso e não brinca com a sorte. Já dizia minha falecida mãe (95 anos), que "mulher grávida está com um pé na cova e o outro na terra", daí a expressão que muitas usaram aqui: "tenha uma boa de parto e/ou tenha uma boa hora (fica incógnito, pois, não se sabe se vai ser uma boa de morte ou uma boa hora de parto"...tem também aquela: "que nossa senhora do parto te dê uma boa hora"...). Nada é por acaso, as mulheres que tiveram filhos à moda antiga sabiam muito bem do risco que era. Teve uma outra leitora que deu também um boa dica: "please, thank you, would you mind or smiling face all the time" vai ajudar e muito, pois não esqueça que você é uma reles estrangeira e pior: brasileira, pois é assim mesmo, como somos vistas, quando viemos de país de 3º mundo, nos dão tratamento à altura, pois eles acreditam que tudo no Brasil, é bem pior do que o tratamento que eles estão dispensando à você. Portanto, sofra com um sorriso nos lábios, como as européias fazem. Tratamento especial dado à parturientes, é só no Brasil, mesmo... A minha amiga suíça conta maravilhada o tratamento dispensado à ela na ocasião de seu parto-normal, numa maternidade de Brasília, são palavras delas: hotel 5 estrelas e com mimos e agrados de pessoas que ela nunca viu na vida. Ela ficou tão maravilhada com a experiência do parto que aproveitou o "embalo" e teve o segundo filho assistida pelo mesmo médico (padrinho dos dois filhos!!!)na mesma maternidade. No entanto, ela tinha a mesma aflição e expectativa de qualquer mulher grávida de parir em terra estrangeira, com a diferença que pelo fato de ser no Brasil, ela estava esperando pelo pior. Que sorte que ela teve!!!
Ola Andrea,
Estou gravida de 5 meses e vivo em Londres. Estou tentando encontrar informacoes sobre parto aqui e no Brasil para decidir finalmente terei aqui ou se vou pro Brasil ter la', com os luxos todos que o convenio pode me dar.
Nao sou grande adepta da ideia 100% natural mas gostaria de tentar parto normal obviamente. Mas pelo que tenho lido em foruns de websites ingleses, a experiencia e'um pouco mais traumatica do que se divulga. Ja nao estou so'com medo do parto, mas tambem de como vira' a ser a costura de perineo (se eu vier a ter que sofrer um corte para passagem do bebe) ou sobres as possiveis consequencias que tamanho esforco na hora do parto podem causar, dada a incidencia razoavel de casos de incontinencia urinaria que tenho visto na internet (mas tudo do que nao se fala muito no Brasil, seja pela negacao, seja porque no Brasil as incidencias sao menores porque no fundo ha muitos cesarianas).
Depois de ler tantas opinioes divergentes nos seus comentarios, eu me pergunto afinal, como foi o seu parto.
Espero que vc receba este comentario e possa ou responder aqui ou pessoalmente para o meu email.
Agradecera muito! Apesar de tudo, espero que tenha sido excelente como voce esperava!
Gde Abraco,
Alessandra