CO2 agora é poluição nos EUA
Na semana passada, uma decisão da agência ambiental americana sacodiu os Estados Unidos: a EPA, na sigla em inglês, afirmou que os gases do efeito estufa são prejudiciais à saúde pública.
A decisão pode soar burocrática, mas ela abre caminho para uma revolução no país - é um passo importantíssimo para regulamentações ou legislação mais amplas sobre emissões de gases.
Mas isso não deve acontecer tão cedo. Para se ter idéia de como o processo é lento, o documento de semana passada é o resultado de uma decisão judicial de abril de 2007 que obrigava a EPA a determinar se a produção de gases do efeito estufa decorrente da fabricação de veículos novos é prejudicial à saúde pública.
Agora, o veredicto da EPA passa por uma avaliação pública e só depois disso entra na fase de regulamentação. Isso caso o Congresso não aja mais rápido, aprovando leis que tornem a regulamentação desnecessária.
Aposta política?
Nada disso diminui a importância do documento. Muito mais, ele aumenta a pressão do governo Barack Obama sobre o Congresso para aprovar legislação que oriente os Estados Unidos no rumo de um futuro de baixas emissões.
Na prática, Obama vai abandonando o estilo mineirinho e adota uma postura mais agressiva, que pode facilitar um acordo internacional em Copenhague.
Por outro lado, há quem veja na decisão uma perigosa aposta política do governo Obama.
Caso os Estados Unidos não consigam sair da recessão e uma nova e dura legislação ambiental leve a aumentos nos preços desde luz e cimento até passagens de avião e carros novos, será que alguém ainda vota nele?