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Arquivo para abril 2009

CO2 agora é poluição nos EUA

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Eric Camara | 20:30, segunda-feira, 20 abril 2009

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Na semana passada, uma decisão da agência ambiental americana sacodiu os Estados Unidos: a EPA, na sigla em inglês, afirmou que os gases do efeito estufa são prejudiciais à saúde pública.

A decisão pode soar burocrática, mas ela abre caminho para uma revolução no país - é um passo importantíssimo para regulamentações ou legislação mais amplas sobre emissões de gases.

Mas isso não deve acontecer tão cedo. Para se ter idéia de como o processo é lento, o documento de semana passada é o resultado de uma decisão judicial de abril de 2007 que obrigava a EPA a determinar se a produção de gases do efeito estufa decorrente da fabricação de veículos novos é prejudicial à saúde pública.

Agora, o veredicto da EPA passa por uma avaliação pública e só depois disso entra na fase de regulamentação. Isso caso o Congresso não aja mais rápido, aprovando leis que tornem a regulamentação desnecessária.

Aposta política?

Nada disso diminui a importância do documento. Muito mais, ele aumenta a pressão do governo Barack Obama sobre o Congresso para aprovar legislação que oriente os Estados Unidos no rumo de um futuro de baixas emissões.

Na prática, Obama vai abandonando o estilo mineirinho e adota uma postura mais agressiva, que pode facilitar um acordo internacional em Copenhague.

Por outro lado, há quem veja na decisão uma perigosa aposta política do governo Obama.

Caso os Estados Unidos não consigam sair da recessão e uma nova e dura legislação ambiental leve a aumentos nos preços desde luz e cimento até passagens de avião e carros novos, será que alguém ainda vota nele?

Carruagem REDD ou abóbora?

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Eric Camara | 15:52, sexta-feira, 10 abril 2009

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Em dezembro, na conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de Poznan, na Polônia, (COP14), quase todo mundo comemorou a inclusão do chamado REDD (redução de emissões por desmatamento e degradação) no texto final.

Um dos vários defeitos do histórico Protocolo de Kyoto foi não considerar desmatamento fonte de emissões de gases do efeito estufa. Hoje, sabe-se que a atividade responde por quase 20% do total planetário.

Menos de seis meses depois dessa primeira guinada, passado o primeiro encontro preparatório para a COP15, em Bonn, parece que a carruagem do REDD está pegando embalo. Evidentemente, o tema continua polêmico, mas houve avanços.

Se até dezembro, os defensores de REDD pareciam se dividir em dois grupos: pró e contra mecanismos de mercado, as posições parecem ter se atenuado. Com isso, ganhou força uma mescla de dinheiro público e mecanismos de mercado.

Recentemente, bloguei aqui sobre a experiência em REDD capitaneada por Virgílio Viana, ex-secretário de Meio Ambiente do Amazonas, que investe justamente nesta frente dupla.

Também parece estar mais forte a ideia de uma abordagem gradativa, com investimentos iniciais em capacitação e infra-estrutura, seguidos por uma fase de projetos-pilotos experimentais, antes da implementação de ações em grande escala.

Na próxima rodada, em junho, os representantes dos 175 países da convenção sobre mudanças climáticas têm o difícil trabalho de apressar o passo.

É esperar para ver se vão conseguir, porque se perderem tempo, a carruagem REDD vira abóbora.

Se prepara, Obama...

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Eric Camara | 19:13, quarta-feira, 8 abril 2009

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Acabou nesta quarta-feira em Bonn, na Alemanha, a primeira das três reuniões preparatórias para o encontro da ONU sobre Mudanças Climáticas em Copenhague, em dezembro.

Quem vem acompanhando o assunto sabe que é dessa reunião na Dinamarca que deve sair o novo pacto mundial de combate às alterações do clima, o substituto do Tratado de Kyoto.

No último grande encontro, em Poznan, na Polônia, alguns comemoraram avanços, muitos reclamaram da lerdeza das negociações. Para Bonn, a expectativa era grande, já que seria a primeira do governo Barack Obama, mas a temperatura não parece ter esquentado muito.

Tudo bem que o discurso do novo enviado americano para o assunto, Todd Stern, foi muito aplaudido, embora as más línguas digam que "bastava não ser Bush" para conseguir isso. Fato é que, passados 11 dias de muito trabalho, o clima continou morno.

Os assuntos mais espinhosos - metas de emissões de gases para os países desenvolvidos e formas de financiamento para projetos de adaptação e redução de emissões em países em desenvolvimento - continuaram empacados.

Otimismo e críticas

Mesmo assim, o especialista em adaptação Saleemul Huq, que participou do encontro de Bonn, me disse que continua "razoavelmente otimista".

"Mas é preciso haver negociações sérias até junho", disse o pesquisador do Instituto Internacional para Estudos Ambientais (IIED, na sigla em inglês).

Organizações ambientais como Greenpeace e WWF divulgaram notas saudando o clima amistoso, mas criticando a falta de avanços.

E as críticas tem endereço certo: Estados Unidos.

"O novo enviado americano trouxe uma brisa de ar fresco. Até junho, esperamos que ele siga as próprias palavras e traga propostas concretas", resumiu Jennifer Haverkamp, do Fundo de Defesa Ambiental (EDF, na sigla em inglês).

Para Huq, "é preciso que (os EUA) mudem de direção, não adianta se esconder atrás do Congresso. Eles precisam usar o capital político para pressionar os congressistas".

Tudo indica que em junho Todd Stern e Obama podem esperar uma plateia bem mais exigente. Será que vão voltar a ser aplaudidos?

P.S. Depois escrevo separadamente sobre REDD.

Pegadas no gelo

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Eric Camara | 02:40, segunda-feira, 6 abril 2009

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As notícias são preocupantes: um bloco de gelo do tamanho da Jamaica pode ter se desprendido de duas ilhas no Polo Sul - e pode começar a flutuar livremente em breve.

Em outra parte da Antárctica, segundo , uma camada de gelo conhecida como Wordie desapareceu. Outra, Larsen, segundo o mesmo levantamento perdeu um pedaço de 8,5 mil km2.

A Antárctica parece estar derretendo diante dos nossos olhos. De quem é a culpa? Para os cientistas, do aquecimento global - muito provavelmente, para seguir o estilo cauteloso do IPCC, provocado pela atividade humana.

Do outro lado, no Ártico, o Noaa, departamento americano para estudos oceanográficos e atmosféricos, para os próximos 30 anos, não para o fim do século, como se acreditava.

Restam poucas dúvidas de que as mudanças estão acontecendo, e o consenso científico aponta os gases do efeito estufa como os maiores responsáveis por isso.

Quer ver o quanto você emite? Procure uma calculadora de carbono no país em que você mora. Como essa .

Você acha que pode mudar alguma coisa?

G20 a caminho de uma 'economia verde'?

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Eric Camara | 15:01, sexta-feira, 3 abril 2009

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Você deve ter ouvido falar na oportunidade que a crise econômica mundial representa para o mundo dar uma guinada rumo a uma economia de baixas emissões, para investir em energias renováveis etc e tal...

Também deve ter ouvido falar que na quinta-feira a cúpula do G20 aprovou um plano "histórico" (palavras de Barack Obama) para injetar US$ 1,1 trilhão na economia global.

Boas notícias para o planeta? Até o momento, está difícil dizer que sim.

De pouco adiantaram o acampamento contra mudanças climáticas montado na City londrina durante a semana e os milhares de manifestantes que foram às ruas pedir ação contra o aquecimento global.

Na hora H, coube tudo no último parágrafo do comunicado do G20:

"Concordamos em fazer o melhor uso possível dos investimentos financiados por programas de estímulo fiscal, rumo ao objetivo de construir uma recuperação robusta, sustentável e verde."

E por aí vai. O texto - tão específico no que tange às medidas econômicas - continua com declarações vagas e empurra decisões para a reunião de dezembro, em Copenhague.

Será que vamos mesmo sair dessa crise mais "verdes"?

Entrando nos trilhos

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Eric Camara | 10:20, quarta-feira, 1 abril 2009

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Os jornais aqui da Grã-Bretanha não pouparam espaço para a notícia de investimentos equivalentes a quase R$ 120 bilhões no sistema ferroviário britânico. Deste total, cerca de R$ 40 bilhões devem ser destinados a aliviar congestionamentos na malha - o restante vai para expansão.

Entre os grandes projetos, está uma nova linha para cruzar Londres de leste a oeste, no valor de R$ 7 bilhões, uma grande reforma na estação londrina de King's Cross e várias melhorias na rede ferroviária nacional.

Quem viajou muito de trem pela Europa ou conversou com europeus sobre o assunto, sabe que a fama das ferrovias da Rainha não é das melhores para os padrões do Velho Mundo. Mesmo assim, dá de dez na infra-estrutura brasileira. E deve melhorar bastante até 2014.

Em tempos de economias de baixo carbono para combater as mudanças climáticas, este é o tipo de investimento mais do que esperado de países desenvolvidos.

Será que o Brasil também deve entrar nestes trilhos?

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